30 May 2008

Roubo in Rio

Surpreendida pela dita crise financeira do país que dá lucro às barraquinhas de unhas de gel e às organizações de festivais por um mundo melhor, e ainda desamparada pelos ditos amigos na altura de aflição por conseguir um - unzinho! - bilhete para o Rock in Rio, conheço quem tenha dado 125 aereos só para ouvir a Amy e ver o Lenny. Se a mulher se drunfa toda antes do concerto e me quina as expectativas, vai haver uma histérica no recinto a exigir o (muito) dinheiro de volta.

Um manual pessoal anti-road rage

Estava a tentar fugir à tentação de contar algo curioso que me aconteceu no trânsito hoje para não banalizar neste blogue as situações de road rage, que têm sempre um encanto tão especial para quem as vive. A verdade é que não há nada mais violentamente patético que alguém a contar a sua própria situação de trânsito do dia, como eu faço todos os dias.

Com essa consciência, tento combater a tendência inicial, enquanto vivo a situação.

Imagino-me visto do lugar do passageiro do outro carro: com o vidro fechado, a berrar em silêncio com os olhos raiados de sangue e as sobrancelhas franzidas como um gorila não dominante a ser levado do parque numa jaula pequena num Nissan Patrol.

Quando não funciona (nunca funciona, é tudo muito rápido), imagino-me visto do lugar do passageiro do meu carro: igual mas com dobragem em português vernacular, acima do limite estabelecido por lei. Imagino um conhecido a quem dei boleia a ficar assustado ou uma namorada farta dos meus ataques de rinocerôncia.

Como último recurso imagino-me uma pessoa famosa e como as pessoas famosas ficam mal quando mostram que são terrenas e se irritam em público, e perdem a razão e estalam o verniz. Um Brad Pitt, não, um João Pedro Pais alterado.

Raramente alguma destas coisas funciona.
Acabo por seguir irritado depois de berrar e buzinar a uma velhinha com putos atrás. Chego ao atelier e invariavelmente as palavras são mais fortes que a minha garganta, e contam a história ao Vasco ou ao António, é incrível a minha figura, histórias sem interesse nenhum "a velha não fez pisca, tás a ver?!" e no fim sinto-me mal, no fim sinto-me mesquinho e frustrado.

No fim, invariavelmente, para me sentir melhor, não sei porquê, acabo sempre por contar a vez em que um tipo enorme sem dentes saiu do carro e me queria bater, ameaçando abrir a porta do meu carro, violentamente, a dizer que me matava, enquanto eu, superior à mediocridade da estrada, fiquei dentro do carro, à espera ansiosamente que o semáforo abrisse ou que ele se cansasse antes de partir o vidro. Não costumo contar que tranquei as portas assim que o vi pelo retrovisor a sair do carro, não vale a pena humilhar-me por pormenores.

29 May 2008

Capacitemo-nos, pois então

Quem disse que andar de autocarro em Lisboa é um inferno? É super divertido! O cheiro a sovaco logo pela manhãzinha. Os velhos em pé e os miúdos sentados. Os cabelos oleosos. As peles com um ar acinzentado. As caras de enterro. A senhora ao meu lado a conversar com o colega: “Temos que nos capacitar que isto não vai melhorar!”

O diálogo – hmmm, monólogo – com o motorista da Carris, logo à entrada:

- Bom dia!
- …
- Queria um bilhete, por favor.
- … (atira com o bilhete e arranja os trocos)
- Obrigada!
- … (olha em frente e carrega no acelerador)

Apeteceu-me aproximar-me daquela orelha felpuda e gritar-lhe fininho:
- Dasssss!

O jornalista dito "desportivo" e o futebol


Pardon my french...

27 May 2008

xôr inginhêiro

Aqueles senhores amorosos e fofinhos, conhecidos pelos seus altos níveis de tolerância e inteligência, e que por acaso acontece que até são as pessoas que decidem quem é que fica aprovado no exame de condução e quem não está apto a conduzir na selva que são as estradas portuguesas, mas perguntava eu, esses senhores são conhecidos por Engenheiros por alma de quem? Serão formados em Engenharia do Pneu Recauchutado pelo Instituto Politécnico de Santa Maria dos Carapelhos?

Extreme surround 3D movie!

Fui com a Tadita ver o Indiana Jones.
Gostámos muito das novas salas das Amoreiras, onde a acção não se passa apenas no ecrã mas em todo o lado! Muito bom!
Parece mesmo que temos sentados ao nosso lado actores e figurantes que participam no filme. O filme todo é acção e porrada, e estas pessoas (devem ser funcionários do cinema) saltam, conversam, dão gritinhos e risadinhas com uma tal dedicação que só são mesmo ultrapassadas por outras pessoas que fazem barulhinhos com os sacos de gomas e pacotalhaços de pipocas. Delicioso! Deve ser para que o som do filme seja mais "sujo", uma vez que retrata o ano de 1957, e todos sabemos que nessa altura ainda não existiam gravações com som límpido. Mais ou menos como o vinil.

Ah! Nunca iremos perder nada do filme, pois está sempre algum jovem preocupado em relatar o que passa. Uma maravilha!

25 May 2008

Português + boss = cambada de animais

Depois de conspirar um conhéx com o Xolitos na esplanada de um cafézinho no Páteo da Bagatela entrei para pagar (o Xolitos nunca tem moedas: são para a Emel).
Triste cena.
A empregada, que é bastante simpática, educada e atenciosa, estava a ser maltratada (verbalmente) pelo boss do cafézinho, que chegou 3 minutos antes. Não sei o que a empregada fez e até pode ter sido algo grave, mas o que interessa é o facto do boss continuar a discutir com a senhora mesmo à frente da colega dela e de 3 clientes. Quaaaaaase gritava que "não sei quê" não era para fazer assim e que "não era para se repetir" e que "já estava farto" e que "parece impossível" e sei lá mais o quê. A empregada disse umas quantas vezes baixinho "Sr. João, já falamos sobre isso de manhã...", para ver se o homem se calava. Acabou com um "Bom, atenta lá os clientes." e saiu porta fora.
A senhora olhou para mim com um ar completamente infeliz e perguntou: "O Sr. ficou sem vontade de voltar, não? Eu não tenho vontade de voltar amanhã..."

O boss é um animal por tratar assim a empregada e ainda pior por fazê-lo em frente aos clientes e colegas. Mas prontos, pá! É o boss!

24 May 2008

"pena" de morte

Outro dia, ia eu a caminho da minha consulta no Centro de Saúde da R. Luz Soriano (um local que vai merecer alguns destaques neste blog...) quando a minha contagem habitual de baixas de pombos mutantes foi de súbito interrompida ao cruzar-me com duas criaturas com cerca de 60 anos que, fazendo exactamente o oposto do que é recomendado pela CMLisboa e a Junta de Freguesia da Encarnação e Sacramento, davam alimento aos pombinhos!
Jusqu´ ici tout va bien... ou melhor, mais ou menos, ou melhor, muito mal mesmo...!!!
Assim os pombinhos mutantes não tomam a pilula contraceptiva que a CML lhes põe na ração porque, reparem bem, quando chega a dita ração já estão de papinho cheio a fazer currrúúuuo, currrúúuo, em cima de um qualquer parapeito a reproduzirem-se que nem coelhos e a aliviarem-se para cima do meu carro que como não pode estar noutro sítio, está claro, está em baixo.
Esta bricadeira, dos pombinhos mutantes, entre muitos outros males, muito males mesmo que nem vou apontar, deixo para outro dia, vai buscar à minha carteira a módica quantia de 21 euros mensais em lavagens super especiais e super exfoliantes, quase decapantes, para remover da pintura do meu carro as toneladas do "cocó" dos pombinhos. Taditos, sempre tããããoooo fofinhos!
Eu, indignada com a situação e sempre pronta a ser a porta bandeira do civismo, estava prestes a dirigir umas palavras às Sras quando, em milésimos de segundo, pensei:
Deixa lá isso, são 9h00 da manhã, o melhor é poupares toda a tua energia para o centro de saúde que bem vais precisar.
Subitamente, num momento de telepatia ( juro que há alturas em que parece que a minha fúria é tal que os meus pensamentos viajam através de ondas cósmicas para dentro da cabeça das outras pessoas) uma das senhoras diz para a outra:
Eu... Deus me livre!
Deixar de dar o pão... Isso é que era bom!
Neste bairro, que morram todos menos os pombinhos!!!

Ok... pensei eu... sendo assim, é um Xanax para a mesa do canto, se faz favor.

23 May 2008

Oh que bela brisa

Porque será que uma empresa como a Brisa – sempre numa situação financeira tão lamentável, taditos! – não consegue, pelo menos, manter as casas-de-banho das áreas de serviço apresentáveis? Eu já nem peço instalações magníficas, a reluzir de tanta limpeza e a cheirar a roupa acabada de sair da máquina de lavar, porque na verdade bastava-me uma casa-de-banho com sanitas desentupidas, chão que não estivesse coberto de lixo variado, papel higiénico à disposição e, já agora, se não fosse pedir muito, um bocadito de sabonete para lavar as mãos. É caso para dizer que são uma empresa que nem ao nível da merda conseguiram chegar. Estão abaixo disso.
(o que é que estará abaixo da merda?)

O pivot

21 May 2008

Cambada de animais revisited

Eles andam aí desde sempre! E, para variar, tem a ver com carros e afins.

Ora foi no ano de 1844 (exagero sempre um bocadinho. Na verdade, não me lembro em que ano foi, mas deve ter sido lá para 1992/3) que estava eu nos Olivais, no passeio em frente a casa de um amigo, o qual - animal - ainda não aceitou o convite para postar neste blog e aproxima-se um #]@€¶£§*+∂ no seu carro. Acho que era o master dos animais, porque a atitude foi tão absurda que não há explicação. #]@€¶£§*+∂ estaciona o seu carro encostado ao último da espinha, mesmo ao lado de uma paragem de autocarro, o mítico 21. Como não cabia muito bem e o carro não era um smart (nem existiam ainda, taditos!), resolveu parar meio em frente à paragem, meio em cima do passeio. Entenda-se meio carro, não meio passeio. Como eu estava pertinho da paragem tive que me desviar para o #]@€¶£§*+∂ estacionar. Quase me esmigalhou, bloqueou a passagem no passeio e meia paragem ficou tapada.

Chamei a atenção do #]@€¶£§*+∂ perguntando-lhe se ele achava que o carro tinha ficado bem estacionado ali. A resposta: "Vê lá se a polícia não te apanha quando tiveres a fumar charros!"

E prontos.

Casado ou união de facto...

Pronto... agora é que é! Andei em silêncio este tempo todo, mas agora sim, algo para reclamar. (ou então é porque são 3 da matina, a criança teima em não querer dormir e eu estou já a delirar)

Estou farto da história "casado ou união de facto é a mesma coisa". A mesma coisa o caraças!
Depois de não poder tratar de coisas comuns ao longo destes últimos anos de "ajuntamento", a última foi no registo do piqueno.
"- Ora portanto: declaração do hospital, sim senhora... BI do pai, hmm, hmm... BI da mãe, ok... a freguesia onde nasceu, certo... o dados a registar, ok... mas....... falta a mãe. Se não são casados, a mãe também tem que vir.
- Mas a mãe está com a criança!
- Pois, mas que garantias tenho eu que esta senhora é mesmo a mãe? Você está aqui, mas ela não.
- Mas está aqui a documentação toda!
- Pois, mas vai ter mesmo que vir.
- ... (sem palavras)
- f#&" #%&!" (asneiras já fora da Conservatória)"

Como diz a boa velha sabedoria popular: A mesma coisa é meter os dois dedos no cú e cheirar um de cada vez.

20 May 2008

Sim, mas outros sãos uns...


... cavalos?...

Os motards são uns porreiros

Ontem enquanto colocava gasolina na minha mota parou um Citroen C3 de cor azul cueca metalizado atrás de mim para abastecer. O gajo devia ter tanta pressa que enquanto eu pagava colocou o carro ao lado da mota e apressou-se a puxar a mangueira para optimizar o tempo de espera pela bomba. Quando cheguei à mota e olhei para o gajo enquanto ele se esforçava por fazer crescer a mangueira que nem por milagre chegaria à entrada do deposito, ainda fez uma ar estilo "O que foi estou a incomodar?".

Não incomoda nada, alias até gosto de sentir a proximidade de uma mangueira de gasolina nas minhas costas enquanto coloco o capacete. Por vezes sabia bem ser um daqueles gajos que fazem rateres a torto e a direito e escarram para o lado para deixar o Azul Cueca com um ar mais interessante.

O melhor foi que ele teve que voltar a estacionar mais perto da bomba para conseguir abastecer.

19 May 2008

Boc boc bocóóóÓÓó!!!


A cena fixe de andar de comboio é que, além de não termos de aturar condutores, podemos aproveitar o tempo para ler um livrinho, pelo menos eu tento sempre fazê-lo. Uma das cenas más, além da possibilidade de sermos assaltados (eu já não o sou há uns 10 anos), é termos que levar com uma conversa de telemóvel de um passageiro a viagem toda. Alguém me explique por favor uma coisinha: onde é que esta gente vai buscar o dinheiro? E outra coisa: porque é que toda a carruagem tem que saber que "o gajo é muita estúpido" ou que "depois de ter passado a loção deixou de fazer comichão" ou mais não sei o quê??... Ainda por cima com o Umberto Eco ao meu colo a descrever a minha mediania medíocre, ou a minha mediocridade mediana, nem sei dizer depois de tanta desconcentração

A Besta

O outro dia vi a Besta no Lidl de Xabregas.
Só não sei bem qual dos 2 indivíduos do casal era a Besta. Um deles era de certeza!
O homem era forte concorrente, mas a mulher era inacreditável. Traziam o seu pequeno filho que aparentava uns 9 anos. A pobre criança, que deve ter um futuro reservado nos estabelecimentos prisionais, foi enxovalhada umas 200 vezes desde que os vi pela 1ª vez perto dos iogurtes até saírem da superfície comercial. Claro que com a minha sorte, lá estavam eles mesmo à minha frente na fila para pagar. Gritaram e bateram-lhe por tudo e por nada. Literalmente.
Coitado do puto tinha um ar aterrorizado...

Atenção! Esta criança deve ser muito mais feliz do que qualquer outra que os pais vão fazer compras no supermercado do El Corte Inglés e tratam-nos por "você". É uma questão de respeito e de habituação, dizem. - Daaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaass! Não consigo compreender! Pau de arara para todos!

Ora deixa cá verificar este pagamentozinho...

Odeio gente que vai para o Multibanco pagar duzentas e oitenta e quatro despesas cujas entidades e referências vão sacando lentamente da sua pochetezinha.

15 May 2008

Mas afinal era...


O fornecedor de gás aqui da zona (e não estou a falar de alguém com problemas de flatulência) mudou, e eu fiquei com uma caução no valor de 30 euros referente a duas bilhas de gás passada pelo fornecedor anterior. Telefonei para o número gratuito (ao menos isso) e coloquei o meu problema, do outro lado da linha e depois de uma conferência com algum superior disseram-me que a responsabilidade não era deles mas sim dos anteriores distribuidores e que eu deveria deslocar-me ao estabelecimento em causa com as ditas garrafitas de gás mais a caução para que me fosse devolvida a guita, foi o que eu fiz menos a parte das garrafitas às costas porque desconfiei que as coisas não se passariam assim tão facilmente. Obviamente, na loja olharam para o papelito com um misto de nojo e um ar que parecia dizer: "mas o que é que este gajo quer agora? Era só o que me faltava, com o negócio na merda estar práqui a deitar dinheiro à rua, onde é que eu pus a caçadeira que este palhaço parece querer arranjar chatice", e encorajaram-me a telefonar para o tal número gratuito, o que decidi fazer mesmo ali para que, caso fosse necessário, pudessem decidir o assunto entre eles. Afinal, e depois de perceberem que eu passaria o telefone ao dono da loja, a responsabilidade era dos novos tipos do gás

Aqui não há Chuxinhas!

Não há nada como chegar a um restaurante e ser informado que numa determinada zona não há chuxinhas.
Apresa-me saber que os empregados da Cervejaria Trindade aqui no Chiado são verdadeiras máquinas de comunicação.
Observam o cliente, analisam e adoptam a linguagem que consideram ser a mais adequada.
Pelos vistos "Chuxinha" é sinonimo de "Cigarro"; ou seja, não só levo uma aula sobre calão como beneficio de uma recepção à vontadinha para ficar descontraído.

PS- É axim q s fala c' a malta jove

Quanto custará um taco de baseball?

É que eu compro um e rebento-o nos cornos do palhaço que deixou um p*ntelho XXXL no lavatório do wc lá do trabalho.
Ok, já sei que tão fartos de ouvir falar dos p*ntelhos do pessoal lá do trabalho...

14 May 2008

O dirigente de futebol/presidente da câmara/...


O prós e contras de ontem foi extremamente elucidativo. Foi elucidativo acerca da impunidade com que os dirigentes desportivos se movimentam: Valentim Loureiro lembrou uma ida a uma cabine dos árbitros (prática proibida) em que foi surpreendido por encontrar os ditos juízes na companhia de uma bela lagosta, Valentim só não precisou se a tal iguaria era uma lagosta propriamente dita ou se era código para outra coisa qualquer tipo fruta, bombom, ou café com leite. Foi elucidativo acerca da inteligência média de um árbitro de futebol: tendo em conta a do presidente da sua associação, um árbitro médio não deve nem saber atar os seus próprios atacadores. Foi elucidativo acerca da mentalidade do dirigente desportivo: Guilherme Aguiar, tentando pôr alguma água na fervura lembrou um penálti sofrido fora da área por Chalana contra a URSS, e como Portugal (inteiro!) rejubilou por termos roubado os russos, esses sacanas, como o Vata enganou o árbitro e marcou com a mão contra os franceses e como Portugal amou o avançado do Benfica (pudera, tinhamos roubado os franceses!) e como nessa altura ninguém se tinha insurgido contra a injustiça e que no fim de contas isso era normal, o roubo fazia parte do futebol, Aguiar só se esqueceu é que desta vez os roubados não são nem russos nem franceses, são portugueses, tanto os adeptos que pagam bilhete, como os que ficam em casa a ver na TV, como até aqueles que não querem saber do futebol para nada mas têm que levar com ele a toda a hora nos noticiários, nas capas de jornal, nas conversas de ambiente do café, neste blog...
Um raio que os partisse a todos.

13 May 2008

O grande boi


Devem reconhecê-lo do meu primeiro post, é uma personalidade fabulosa e extremamente rica que saltita pelo meu dia-a-dia com a graciosidade de um boi. É terrível ter que trabalhar com atrasados mentais mal educados, é que os bem educados eu até tolero, mas má educação no local de trabalho é do pior. Eu sei que a premissa deste blog é não se poder contratar hitmans, mas será que a ’menina’ não se importava de, depois de arrancar os couratos ao vizinho, dar um saltinho até ao meu office armada dessa mesma raiva assassina? Olhem que não está nada mal pensado essa história dos hitmans... Estive aqui há uns dias à conversa com uns amigos que, tal como eu, têm que trabalhar para viver, tentávamos encontrar soluções para uma vida melhor, na altura o pensamento aflorou a minha consciência, não o suficiente para se tornar claro, mas aquilo que nesse momento intuí é agora claro como água: vou tornar-me um hitman profissional e é claro que os amigos podem contar com um desconto à maneira.

A alegria de viver num prédio

Eu já aqui falei do meu vizinho do 1ºesquerdo? É um amor de pessoa. Não há dia em que eu não chegue a casa e ele não esteja debruçado à janela, em tronco nu (faça chuva ou faça sol), a controlar a movimentação da rua e a escarrar cá para baixo. Juro que, no dia em que me acertar no carro ou deus-me-livre nos meus ricos cabelos, depois de refeita do choque e de regressar ao mundo dos vivos, subo as escadas a galope, entro-lhe pela casa adentro e arranco-lhe três quilos de couratos daquela pança. Na volta, ainda me agradece.

11 May 2008

citizen shop

fui à loja do cidadão dos restauradores no sábado de manhã renovar a carta de condução.

hora de entrada: 11h15

hora de saída: 14h25

(obs. fiz uma tentativa nas laranjeiras, mas como havia fila para estacionar o carro, como todos os bocados de passeio disponíveis estavam ocupados por carros estacionados alarvemente e como, num relance vi um congestionamento de people à porta da dita loja das laranjeiras, achei por bem ir para os restauradores: pelo menos estava no centro com mais possibilidades de distracção nas redondezas).

o ambiente multiétnico, providenciado pelo balcão do governo civil, proporcionou uma espera animada. reparei que as pessoas que lá estavam como eu, talvez por medo de desenvolverem varizes, circulam muito: sobem e descem escadas com uma velocidade estonteante (deve ser por inspiração da Vanessa Fernandes).

fui então finalmente atendido...

- boa tarde, venho renovar a minha carta de condução.

(entrego os papéis preenchidos e 2 fotografias e as cópias dos documentos e os originais dos documentos)

a senhora tinha uma caneta de désign: 2 bic's cristal unidas com elásticos em 2 pontos: uma de cada cor. ia alterando o bico da escrita, conforme as necessidades de cor, o que dava uma sensação de estar a escrever sem estar a tocar no papel (é uma engenheira da escrita, com certeza!). depois de alguns incidentes menores na organização dos papéis, diz-me:

- 2 fotografias, a cores, tipo passe, por favor.

- mas eu já lhe dei as fotografias!

(estavam debaixo do teclado, já...)

risinhos embaraçados... mais uns rabiscos com a multi-esferógrafica maravilhosa, fotocópias várias, carimbos/registos numa máquina estranhíssima, e de repente, carimba 1 vez uma fotocópia... carimba 2ª vez a mesma fotocópia... carimba 3ª vez a mesma fotocópia... e antes de continuar diz-me:

- sabe, isto é uma fotocópia. vou carimbar assim por aqui para perceberem que isto é uma fotocópia nossa, tá a ver?

(eu estava a ver, estava...)

continua a carimbar... eu acho que aquilo era para dar um bocadinho de cor à fotocópia, que é a preto e branco e, convenhamos, um bocadinho monocromática. os carimbos em azul, sempre dão um bocadinho de alegria à coisa. dão para distrair os olhos da bófia, no caso de ser mandado parar por aí.

quando eu guardo a fotocópia carimbada numa pasta na mala, diz-me a senhora, com "aquele" tom de voz:

- ooolhe, guarde bem, simmm? esta é a sua cartinha, não a perca, tá bem?

- concerteza.

- eu pus-lhe aqui a validade até setembro, não podemos dar mais, tá a ver? se em setembro não tiver recebido a outra carta em casa, nesta morada, venha cá que nós damos-lhe mais validade, tá beemmm?

- concerteza. e quanto tempo demorará a carta a chegar a casa, sabe dizer-me?

- sabe, isto anda um bocadinho atrasado. pode ser uns 4 meses, mas às vezes chega aos 6 ou 7 meses, depende. mas não se esqueça: esta é a sua CARTINHA. guarde-a bem, tá bem?

- concerteza.

 

 

porquê?

 

 

10 May 2008

Material para postar

Jovem, tás sem material para escrever num post? Vai dar uma voltinha ao Marquês do Pombal e cenas fluirão.

Hoje presenciei mais um episódio entre um tuning e uma micro-acelera. O tuning, raivoso por não poder andar a mach 1.2, fez a rotunda toda a bronzear o rapazito da acelera com os seus máximos de Xenon. Já pela Duque de Loulé acima, o [≠]‰÷€@ do tuning ainda ameaça bater na acelera com algumas guinadas bruscas para cima do rapaz.

Para este senhor do tuning eu reservaria um fim nobre: a participação como objecto de investigação nos estudos do Dr. Josef Mengele.

09 May 2008

Cátia Vanessa a bordo

Morte às pessoas que usam o fofinho do autocolante “Bebé a bordo” no vidro traseiro dos seus bólides.

08 May 2008

Qual cirque du soleil qual quê!!


Quem nunca assistiu ao bailado de estupidez que é um polícia a ordenar o trânsito num sítio com semáforos em perfeitas condições, não pode dizer que viveu. A descoordenação motora, a pura dislexia física, a total inexistência de pensamento coerente que inevitável e obviamente resulta numa amálgama de automóveis perdidos e condutores desesperados, em suma: o caos, todo um espectáculo de luz e cor e som, de graça, à borlex (se não contarmos com a gasolina...)

07 May 2008

Quem diria que uma coisa tão simples como conseguir ter cheques pudesse ser tão complicado?

Balcão do BES da Gare do Oriente, terça-feira, 14h. Fila de quatrocentas e oitenta e quatro pessoas para apenas um pobre - coitado - formado - em - Economia - com - média - de - 17 - a - quem - ninguém - disse - que - ia - ganhar - a - vida - a - fazer - depósitos - por - €500 - das - 08h - às-20h:
- Ai, sabe, se pedir os cheques aqui, só os consigo na próxima semana…
- Pois, eu calculei, e eu juro pela santinha que também não queria nada ter que vir ao balcão por causa de cheques, mas a minha pergunta é esta: o que é que fizeram àquelas caixas ATM tão catitas que havia um pouco por todo o lado e de onde conseguíamos tirar os cheques na hora? Tenho procurado incessantemente em vários locais do território nacional e… nada. Quem é que as levou? Hmm? Para onde as levaram?
- Pois, sabe… (faz um leve trejeito com o olho direito) ouvi dizer que agora só em Sacavém e na Avenida da Liberdade.
- Ah… Pois, não estou a perceber, mas ok.

No final do dia, peguei em mim e fui ao BES da Avenida da Liberdade. Viram vocês a máquina? Assim vi eu a máquina.

Ricardo Salgado, amigo, se me estás a ler: põe ordem nisto.

Devem ser ‘locals’


Estou a tentar aprender a fazer surf, e ontem a dada altura, foi mais ou menos assim que me senti, isto porque, primeiro: uma vez que não houve muitas ondas o imaginei de facto, para passar o tempo e me distrair; e segundo: porque um animal qualquer achou que eu, que era o único ali que ele não conhecia de lado nenhum, lhe estava a cansar a beleza.

Hum... Better make it 300 heads

Um gajo sabe que o mundo não presta quando alguém consegue colocar a Júlia Pinheiro a fazer de ninja para um anúncio a uma seguradora (como tenho memória selectiva, não sei se é mesmo uma seguradora - whatever!).

Ora bem, fazendo um cálculo rápido da contagem de cabeças a decepar pela concretização desta publicidade, eu diria que entre o cliente, a agência e todos os intermediários, deveriam rolar umas 80 cabeças.

Todos sabemos que às vezes a ideia original e o resultado final não são exactamente a mesma coisa - demasiadas opiniões e pressões. Ok, tudo bem. Mas, neste caso, todos os responsáveis por esta pub deviam ser julgados com pena capital. A Júlia Pinheiro também.

06 May 2008

iá nós podemos, porra

Isto só lá vai com um Buraka Obama em cada esquina.


Olhando para o calendário, eu pergunto-me: como é que vou aguentar-me a trabalhar cinco dias seguidos nesta semana? Como é que possível não haver sequer um feriado, uma pontezita, uma greve, uma ameça de bomba, qualquer coisa? Devia ser obrigatório haver, pelo menos, um feriado por semana.

05 May 2008

Euribor


Só mesmo num anúncio a um banco é que alguém nos poderia querer convencer que o Euribor, esse ‘blood sucking motherfucker’, é um burro, na verdade ele até desce, mas é só para nos cravar os dentes no pescoço. Um dos próximos posts será acerca dos criativos das agências de publicidade, esses ‘fucking assholes’.

Segunda-feira de manhã

Odeio velhos que teimam em conduzir em sentido contrário. Em estradas de sentido único.

04 May 2008

Animais!

Depois de sete anos a viver em Lisboa tenho tentado fazer uma espécie de estudo científico sobre o comportamento dos donos dos cães que vivem nos apartamentos desta cidade, concretamente sobre a gestão que fazem dos dejectos, vulgo bostas, dos seus bichinhos. Tenho já algumas conclusões prévias sobre a matéria, nomeadamente que os ditos donos se estão a marimbar para quem circula nos passeios da cidade, situação agravada nas zonas mais "benzocas", onde o número de bostas é incrivelmente maior do que no resto da cidade!
No passado feriado do 1 de Maio tive oportunidade de fazer mais uma observação naturalista em que pude constatar um novo comportamento a considerar para as minhas análises: o dono do Bóbi tinha na sua mão um saco de plástico que diligentemente utilizou depois do seu animal presentear o passeio com os seus dejectos. Surpresa! O Sr. vai apanhar a bosta e colocá-la no lixo! Afinal os donos dos cães não são todos uma cambada de animais! Qual não foi a surpresa quando o dono do cão apanhou a bosta, fechou cuidadosamente o saco de plástico e....e....e...deitou o saco, com o respectivo conteúdo, para a estrada, para o espaço entre dois carros estacionados! Ou seja, agora passamos a não ter bostas nos passeios mas temos bostas embrulhadas em plástico que é muito melhor! Cambada de animais!

03 May 2008

1 € por fdp

Euromilhões, my ass!
O que eu queria era receber 1 euro por cada [¶£‰÷§@€£ que eu visse a falar ao telemóvel enquanto conduz.
Já agora, mas isso seria pedir demais, era dar um tirinho nas rótulazinhas de cada um que fosse apanhado.