28 November 2008

Darwinismo e Hereditariedade

Olá!
A convite do Humberto e para inaugurar a minha participação no blog.

Era uma vez um amigo, que deixou a sua carrinha estacionada num parque de estacionamento apinhado de um qualquer festival.
No final do evento, já tarde, ao voltar para a carrinha com o parque, agora praticamente vazio e ainda a 100m repara que está um tipo a rondar… a 90m, apercebe-se que estacionada ao lado e escondida pela sua está uma Renault Espace igual! …aperta o passo e faz notar a sua presença. O dono da outra carrinha tenta uma saída rápida e descomprometida. O Manel desata a correr e lança-se para a frente da Espace do patife.
Qual não é o espanto… quando se abre o vidro… era o Zé!!!!
Alguém que ele conhecia de passagem, do mundo do BMX…
— Zéeee!!! …vi alguém de volta da carrinha… e pensei logo que me estavam a tentar gamar…
...está tudo bem com a minha carrinha, não está?!?!?
O pirata cora, desvia o olhar… e sente-se encolher no seu metro e noventa…
O Manel passa revista à carrinha.
O Zé sai cabisbaixo, com o olhar fixo no chão… um metro e noventa e perto de quarenta anos… aproxima-se e estende-lhe um par de escovas.
— Desculpa Manel! Não sabia que a carrinha era tua… Estou muito envergonhado… mas…
...também me fizeram o mesmo… e…
— Eh pá!!! Não quero saber… monta lá isso outra vez…
Enquanto isto, esperando pacientemente dentro da carrinha, sem se saberem cumplices… a fêmea e a prole. A beberem os ensinamentos do progenitor.

Esta história é real, qualquer semelhança com a realidade também é real… só os nomes é que são fictícios.

22 November 2008

No rules rules

Quem acompanha a série True Blood*, terá visto no último episódio que a recém-vampira ficou toda feliz da vida (apesar de estar morta! Ahahahahahahah ahahaa haha ah ha a... ok...) quando percebeu que não iria mais ter que seguir as regras da sociedade. Avaliando, seria porreiro não ter que seguir todas as regras inerentes ao facto de vivermos numa sociedade. Mas, se calhar, essas regras existem por algum motivo, nem que seja o de respeitar a liberdade do próximo e não o colocar in peril whatsoever. Não querem? Vão viver com os alemães para o Allgarve e morram.

Finalmente, a história do animal ao qual dedico, com carinho, a seguinte frase: morre, seu merda!
Apesar de ser hora de ponta, não estava um trânsito desgraçado. Parei num sinal vermelho, daqueles sinais vermelhos em que o pessoal pára. Começam a passar os carros à minha frente, no cruzamento. Ao meu lado parou um fdp que passado uns segundos resolveu não esperar mais pelo sinal verde e arrancou a 680 Km/h, mesmo quando vinha um carro a cruzar a estrada. Como resultado, o carro que ia a passar correctamente com o sinal verde, teve que fazer uma travagem brusca para não levar com o fdp que passou o vermelho. Não tem explicação.

* Quem não acompanha devia ser frito em banha e servido aos porcos. Ora aí está um belo ciclo! True Blood é do Alan Ball, o mesmo bacano que escreveu a série Six Feet Under. Novamente, fritura e degustação por suínos para quem não viu.

19 November 2008

Um trunfo na manga?

Nos últimos anos generalizou-se nos restaurantes uma tendência ligeiramente irritante. Quando chega a hora de pedir a sobremesa, o cliente interessado em terminar a refeição com algo um pouco mais saudável do que um qualquer doce, pergunta: "então, e fruta, o que há?". Resposta comum: "temos manga, papaia, abacaxi, kiwi..."

Sobre pêra rocha, maçã reineta ou ananaz dos Açores, nada. Ou seja, talvez porque os clientes preferem comer manga, papaia ou abacaxi que já tiveram de atravessar o Atlântico em contentores, em vez de mercadoria fresquinha proveniente de produtores nacionais, os empregados já nem se dão ao trabalho de a mencionar.

Hoje, assim que escutei a deixa do kiwi, perguntei se não havia nada de origem portuguesa, uma maçã, por exemplo. Havia. Mas parece que comer manga, papaia ou abacaxi é mais cosmopolita. Globalização? Sou a favor. Mas não exagerem.

17 November 2008

Cá estou eu, mais uma animal para animar a festa...

Doença terminal

Querem dar um passeio de camioneta pelo aeroporto da Portela? Pois bem, basta comprar um bilhete para o Porto, por exemplo, que a TAP ou a ANA, ou lá quem manda naquilo, tratam do resto.

Então, é assim, como se diz agora. O passageiro vai até ao Terminal 2, onde estão localizadas as partidas dos voos domésticos. Depois de passar o controlo, é enfiado na tal camioneta.

Quando espera que o percurso seja rápido, acreditando que a aeronave há-de estar por ali bem perto, repara que o veículo não pára de andar para a frente, superando curva e contra-curva pelo meio das pistas do aeroporto. A camioneta acaba, ao fim de alguns minutos, por se imobilizar na outra extremidade da Portela, junto ao Terminal 1.

Os responsáveis por esta solução lá hão-de ter as suas razões. Mas sugere-se que, para ir entretendo os passageiros, passem a incluir um guia no interior das camionetas que pode ir passando informação útil como "à vossa esquerda podem ver o avião das linhas aéreas de Cabo Verde que, dentro de meia hora, vai partir para a Cidade da Praia" e "à vossa direita podem apreciar as janelas do gabinete do gajo que vos obriga a ir apanhar o avião no Terminal 2 quando, na verdade, o aparelho se encontra do outro lado do aeroporto, no Terminal 1".

15 November 2008

In and Out

Existe um comportamento estranho do ser humano que anda de transporte públicos. É assim aquilo tipo de ansiedade animal que leva as pessoas quererem entrar ou sair pelas portas dos transportes públicos, mesmo antes de estas abrirem. Assim tipo os cães, que já sabem que quando deitamos a mão à maçaneta, lhes vamos abrir a porta para sairem a correr para a rua.

Eu pessoalmente acho que se poderia tirar um gozo porreiro da coisa.
Se fosse maquinista do comboio ou do metro por exemplo, assim que as carruagens começassem a parar e o pessoal sedento de ser o primeiro a entrar, se começasse a chegar, fingia e andava uns metros mais para a frente ou para trás (ou ambos para dar aquele efeito de pessoas maluquinhas). O efeito da multidão era capaz de ser engraçado.

Outra hipótese era ir lá dentro com um lança-chamas. Desta forma, nas situações em que estamos a chegar a algum lado, somos dos poucos que queremos sair e olhamos lá para fora a ver a quantidade de malta que já se está a "ageitar" para entrar (nem que tenhas de ser arrastado novamente para dentro), seria fixe ver a cara das pessoas quando se abrissem as portas e ficassem todos com um ar chamuscadinho.

12 November 2008

¡Mal gusto!

Ontem ou ante-ontem, whatever, foi magusto. Uma fogueira, castanhas e água pé para o povo. E foi isso mesmo que aconteceu: ao chegar a casa, lá pelas 22h, estava a vizinhança xunga (entenda-se: xunga) à volta de uma fogueirinha improvizada numa jante de automóvel (mas sem o automóvel, ok?), com um monte de lenha, 200 kilos de castanhas e cerveja q.b. para se embebedarem. Até achei engraçado, cozy e afins. Sempre é melhor estarem a assar castanhas do que a traficar como de costume, pensei.
No dia seguinte, pela manhã, ao sair para o trabalho, estava lá o lixo todo no chão... Restos de madeira queimada, a jante toda carbonizada, 200 kilos de cascas de castanhas e garrafas suficientes para encher um vidrão. Porcos!

Porque é que não passou uma horda de bárbaros assassinos e ceifou-os todos? Hum? Dass!

Caixa do Correio

Uma das piores coisas que podiam ter inventado (depois da roda), foram as caixas de correio. Acredito que seriamos muito mais felizes se não as tivessemos. Aquilo que interessa chegaria até nós por outras vias (mail, telefone, cantado, pombo, sinais de fumo, etc).

Mas não!... Existem as malfadadas caixas. Ora as caixas de correio não são para por correspondência, mas sim para colocar toda a merda de publicidade que pode haver!
Imagino que pensem que se não houvessem, a publicidade chegava-nos de outras formas, mas um mail sempre podemos apagar na hora, uma chamada podemos desligar na cara, um pombo sempre podemos dar um balásio, agora a caixa de correio... não tem forma de queimar o que lá está dentro. Nããao... temos de abrir o correio, tirar tudo, ver o que há de interesse e deitar fora o resto.

Eu sei que existem os autocolantes com o decreto-lei, mas o meu já era.
O sol apagou as letras miúdas onde um bom distribuidor de publicidade conseguia ler "Coloca aqui a tua publicidade interessante por favor. Amanhã, não te esqueças de cá voltar para deixar mais qualquer coisa".

Não dava para ter um hitman à séria para esta função, tendo em conta que o rapaz era capaz de apanhar uma grande seca à espera. Mas podiamos sempre recorrer aos 10mil volts, ou até a um pequeno escorpião. Ao fim de dois ou três dias, quando os fulanos começassem a amontar aqui à porta, acho que o próximo já ía repensar na sua actividade.

Surdas-Mudas: o regresso

Pois é, minha cambada, para quem estava com saudades das surdas-mudas do Parque das Nações… elas andam aí. Outra vez.


Eu passo a explicar. Há uns tempos, um grupo de jovens surdas-mudas passeava-se pelo Parque das Nações, de caneta e bloco A4 em punho, puxando as pessoas pelo braço à bruta enquanto batiam insistentemente com a caneta no bloco e murmuravam coisas como Oammhomahoahaoumhh, tentando cativar a atenção com o seu charme de cidadãs com necessidades especiais*. Pois bem, naturalmente, aqui a Menina foi apanhada desprevenida uma vez, e por isso leu com atenção o abaixo-assinado altamente oficial e credível que ostentavam no bloco. Tratava-se da necessidade de construir uma escola para surdos-mudos (creio que era, em particular, na zona da Expo) e o documento trazia já umas quantas assinaturas, assim como quem impregna a coisa de seriedade e alta importância. Claro que as assinaturas eram todas de pessoas com nomes dentro do género Jacinto Leite Capelo Rego, mas isso era só por acaso, não?


Onde eu quero chegar é aqui: não se deixem enganar, porque as ditas surdas-mudas, de surdas (em especial de mudas!) não têm nada. Quando chega a hora do descanso, ou a hora de almoço, é vê-las a juntarem-se todas nos bancos ou nos jardins a conversar animadamente.


A última vez que as vi andavam a alapar-se às pessoas à porta do Vasco da Gama. Fica o aviso.


* É assim que se diz? Tive dúvidas entre isto e entre “cidadãs com mobilidade reduzida” ou “cidadãs portadoras de deficiência” ou, ainda, o carinhoso “cidadãs tecla 3”.

Feijoada cerebral

Isto é um completo delírio promovido pelos burocratas que se divertem em Bruxelas a fazer regulamentos, como quem não tem mais nada em que gastar o tempo. Se o caso não tivesse consequências perversas, como a de impedir que os bens alimentares em causa possam chegar a quem deles tem necessidade, a coisa até dava para rir.

Assim, a brilhante política comunitária da fruta e dos legumes de dimensões perfeitas deixa de ser comédia para se transformar em tragédia. Provavelmente, porque os cérebros que decidem estas coisas são do tamanho de um feijão, ainda que este apresente as dimensões regulamentares.

11 November 2008

Thou shall not take a dump on the sidewalk

Infelizmente, os dez mandamentos não incluem o do título. Se assim fosse, talvez não teria tido o prazer de ver um tóxico a escorregar um cremoso num passeio perto da Pascoal de Melo. Igualmente fascinante foi o facto do defecador ter um companheiro também tóxico que estava à espera que ele acabasse, provavelmente para passar-lhe a Dica da semana já retalhada em folhitas como se fosse um jornal picotado (nada mau pensado... vou patentear!).

10 November 2008

A cidade que nunca dorme

Julgam que só em Portugal é que o pobre cidadão tem que se chatear com a pequena vigarisse? Pois então, aqui vai uma históriazinha elucidativa.

Este vosso escriba foi enviado para Nova Iorque por motivos profissionais. Uma vez chegado ao seu destino, constatou que se tinha esquecido de levar o adaptador que lhe permitiria ligar os carregadores do telemóvel, do computador e do iPod às tomadas que se usam lá pelas américas. Pois bem, depois de se ter insultado a si próprio dez vezes, lá recuperou o bom humor e saíu para a rua com o objectivo de comprar uma dessas pecinhas de plástico que resolvem o problema.

Na primeira loja em que entrou, explicou ao que ia. O cromo que atendeu (chamo-lhe apenas cromo para não ser politicamente incorrecto) fez um ar entendido e disse que um simples adaptador não chegava. Tinha que comprar, também, um transformador. Como sou camurso, mas não sou estúpido, agradeci e vim-me embora.

Procurei outra loja. Entrei e fiz o mesmo pedido. O cromo que atendeu (chamo-lhe apenas cromo para não ser politicamente incorrecto) foi a uma prateleira por detrás do balcão e sacou de um adaptador, sim, mas daqueles que permitem ligar fichas de todo o mundo, desde as chinesas às coreanas e outras mais.

Eu expliquei que não precisava daquilo, apenas de um adaptador que permitisse ligar as fichas de formato português às tomadas em uso nos Estados Unidos. O cromo não se comoveu, disse que só tinha aquelas, mais caras, obviamente, não hesitando em mentir quando na prateleira onde tinha ido buscar aquela estavam à vista os modelos simples e baratos que eu pretendia adquirir.

Agradeci e vim embora. Lembrei-me que talvez no hotel me vendessem uma coisa daquelas. E assim foi. Paguei 10 dólares por uma peça que, na loja anterior, me queriam impingir por 40. Quanto ao preço do transformador, completamente desnecessário, nem perguntei.

Nesta história, restaram-me dois consolos. Um, evidente, pelo facto de não me ter deixado enganar. Outro, por ter saído das duas lojas com a sensação do dever cumprido: enquanto virava costas e seguia em direcção à rua despedi-me em bom português, insultando as mãezinhas dos dois cromos. He, he, he... Ah, e chamo-lhes "cromos" para não ser politicamente incorrecto.

07 November 2008

Blrmngh muprtb?

A máquina de lavar loiça/louça pifou! Não consigo imaginar nada pior na vida.
Liguei para o serviço de assistência técnica e foi mais ou menos este o tipo de som emitido pelo senhor da Zanussi.
-"Mngr blhmunn ursmnwk gloomnpmne? Klnbv pl. Munhgzszc..."
Tive que tomar uma Aspirina C daquelas efervescentes para a dor de cabeça, tal era a má disposição do senhor Zanussi.
Também pode ser que o senhor tenha um bigodão farfalhudo XXXXL e prejudique a propagação de sons perceptíveis...

Espero o pior para a próxima quarta feira entre as 9h e as 13h.

05 November 2008

A sigurança

Os seguranças tugas deviam ser alvo de um estudo antropológico aprofundado que permitisse determinar se existe algum componente do crachá do MAI que faça com que se tornem mentecaptos, entre outras coisas.
Este verão, andando pelos caminhos de Portugal, passei pelo edifício do Expresso e decidi entrar para perguntar se ali no edifício haveria uma caixa para colocar em mão as respostas aos anúncios de emprego como em tempos houve nas Lojas Expresso. Aproximei-me da recepção do edifício e perguntei sobre a eventual existência da caixa:
- Boa tarde! Era para saber se aqui no edifício há alguma forma de se entregar as respostas aos anúncios em mão...
-Correio aqui, só se for entregue pelos Correios.
- Pois, mas antigamente na vossa loja havia uma caixa onde se podia fazer isso...
O que se seguiu foi tão inesperado que por momentos pensei que tinha ensandecido de vez e que estava a ouvir coisas: a segurança/recepcionista que estava ali ao lado a ouvir a conversa abre a boca e diz "Pois, e antigamente também havia uma mãezinha e morreu!", isto em tom de peixeira, faltou-lhe a mão na anca...
Quando me capacitei do que estava a ouvir a raiva subiu por mim acima, devo ter aberto muito os olhos, mas o decoro fez-me respirar e rapidamente dizer "Muito obrigada e boa tarde!!!!" antes que começasse a fazer uma cena de peixeirada
Esta cabra estragou-me a tarde.