16 January 2009

Tijolo ou melhor... tijolinho

Não sei se esta questão já foi aqui sabiamente discutida, mas ficam aqui os meus dois tostões sobre um assunto que me irrita brutalmente... a malta que põe o télélé a partilhar música com a população!

É um contracenso da história da humanidade.
Conseguimos criar objectos cada vez mais portáteis que nos permitem ouvir música em qualquer lado. Ele foi o walkman, ele foi o discman, ele foi o ipod, ele foi o telefone com mp3... porreiro, inventámos aparelhos pequenos, leves, cheios de mariquices e que dão para guardar co*#ões de músicas.
Mas algures na evolução, houve um erro na matrix e a história do tijolo ao ombro, a bombar música para toda a gente ouvir, chocou com a história do bacano que tem um telemóvel de última geração e alta-voz.

Conclusão:
Antes ainda tinhamos só alguns corajosos que transportavam o tijolo, arriscando uma clavícula partida ou um ombro deslocado. As pilhas saíam caras e não era fácil fugir à bófia com aquilo ao ombro.
Hoje, qualquer badameco tem um telefone pequeno, com muito espaço na memória, alta-voz e que gostam de mostrar que já são gente porque têm o som "a rasgar".

Queria deixar aqui o meu pedido, não para um hitman, mas para o senhor que escreve a informação na matrix, para emendar aquilo em que se enganou. Subitamente, a época do tijolo a passar Technotronic no banco do jardim, cruzou-se com o télélé a bombar Buraka Som Sistema em pleno Lidl.

15 January 2009

Publicidade mesmo enganosa

Recebi o folheto do Media Markt, o qual apresentava um lcd de 564" da LG por um preço absurdo. Praí uns 299 euros. Oportunidade única e maravilhosa!
Pensei que seria uma bela altura para abraçar o consumismo e fritar os olhinhos num hiper mega ri-fixe ecrã. Só depois vi que estava escrito, em micro letrinhas, que o televisor para venda era de exposição e que o stock seria limitado.
Ou o Media Markt tem uma parede gigante de lcds para demonstração, todos do mesmo modelo e realmente vende barato como diz no folheto, ou então o Media Markt tem alguns lcds (entenda-se 1 ou 2) que vai vender a esse preço e esgotam em 15 segundos.
Entretanto, o cliente urso que foi lá para comprar um lcd super barato fica deprimido, mas já que ali está compra uma torradeirazinha muito jeitosa que está logo à entrada, 16 dvds em promoção de filmes do Van Damme, uma máquina de barbear ultra-sónica, um extractor de borbotos que é muito parecido com o que ele viu no catálogo do D-mail, um aquecedor para os pés em forma de coração, 3 packs de dvd-r para gravar a pirataria toda que sacou nos torrents e ainda um lcd muito mais caro do que o que ele pretendia comprar.

09 January 2009

O natal, essa época de solidariedade

O meu irmão, esse porco imigrante, viu, durante a quadra natalícia, um menino deputado que por acaso até é nosso primo a parar o seu carrão em segunda fila e a deixar os quatro piscas enquanto entrava no El Corte Inglés para fazer as comprinhas de natal de última hora. Ora aí está o exemplo.
É da família mas também leva com um post! Até porque não me deu népia no natal!

08 January 2009

30

Quando fiz 30 anos lembro-me de ter tido 2 sentimentos antagónicos.

O mais óbvio foi o peso do tempo a passar. Dos 18 aos 30 pareceram-me passar apenas 5 anos, e como diria o outro, mais 5 anos destes (agora menos) e tenho 40. Deprimente.
Mas de registar foi também a sensação ou a vontade de passar uma barreira mental, a altura em que por força do rumo da natureza eu ficasse mais maduro, menos infantil, mais respeitado, mais responsável e com mais barba. Nada disto aconteceu e o contrário tornou-se mais óbvio.

Mas aconteceu algo com que não contava. Olhei para os outros e percebi que não fui o único que não cresceu grande coisa. Descobri que a calma que aparentemente advinha da idade, a experiência, a responsabilidade, a maturidade, a hombridade, quando os havia eram apenas sintomas de um excesso de confiança, de altivez, de condescendência, de arrogância, do estarmos fartos e já não admitirmos que nos gritem ao ouvido, porque na prática as fragilidades dos seres humanos não diferem muito, e até ver, mantêm-se.
Talvez uns sejam mais optimistas que outros e isso sobressaia com a idade, mas a adolescência é para sempre, além disso tanto o optimismo como o negativismo alheios podem ser irritantes ao ponto taco de basebol, por isso nenhum deles é uma benesse.

Isto para dizer que o natal foi a merda do costume, e o meu pai ao fim de quase um ano sem me ver não só não provou nenhuma das minhas especialidades como ainda me criticou por usar roquefort. Tá velho, mas é com certeza assim desde puto.