Magnólia no Campo Pequeno
(Não sei se por ser domingo à tarde, quando tudo é surreal) a primeira e única vez que lá entrei parecia o recinto de um concerto de marilyn manson (pós-concerto). Também parecia a primeira vez que lá entravam as empregadas de balcão, ficavam duas ou três a fazer uma só coisa como meter manteiga numa torrada, tinham o mesmo ar que as pessoas daquelas imagens imediatamente a seguir ao tsunami da tailândia, perdidas no meio dos destroços, em choque, sem saber como ajudar, sem futuro. Ninguém recolhia o lixo das mesas, acumulava-se em montes que os clientes faziam com o lixo dos anteriores ocupantes. Cadeiras tombadas, papéis sujos pelo chão e em tudo o que era superfície horizontal, um monte de cacos de uma merda qualquer no meio das mesas, uma poça de sabe-se lá o quê com bocados de bolos com creme pisados, que diminuia em 20% a área do estabelecimento.
Estive ao balcão 20 minutos para pedir cafés e até foi divertido. Estiveram quase para me dar um café frio que ali estava no meio do lixo. Alguém ao lado teve a infelicidade de pedir chocolate quente e EU VI usarem um tupperware SUJO e feio para transferir o leite para os copos onde alguém tinha juntado uma papa de chocolate (espero eu). Começaram a irritar-se umas com as outras e a berrar, com os clientes a assistir à ópera. Acho que uma delas se despediu ou foi só fumar um cigarro ou foi levar no befe, deixando a caixa sem ninguém a atender perante o espanto das mil pessoas da fila de pré-pagamento.
Quando finalmente me fui sentar, a minha esposa da época decidiu que afinal queria ainda um croissant com chicolate e eu parti-lhe o tabuleiro na cabeça. Disse-lhe que tinha visto de onde vinha o chocolate e que era melhor bebermos os cafés e fingir que nada daquilo tinha acontecido. Bazámussssss e fomos à Brasileira, mesmo ali ao lado.
23 October 2008
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4 comments:
E pronto, acho que é desta que me vão despedir. Não consegui controlar o volume das gargalhadas.
Também gargalhei, mas ninguém ligou a mínima... :(
Espera aí! Só agora é que atingi! À Brasileira mesmo ali ao lado?! És mesmo parvo, um-parvo-qualquer...
Gosto muito. Têm uma amêndoa amarga impecábel!
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