Quando fiz 30 anos lembro-me de ter tido 2 sentimentos antagónicos.
O mais óbvio foi o peso do tempo a passar. Dos 18 aos 30 pareceram-me passar apenas 5 anos, e como diria o outro, mais 5 anos destes (agora menos) e tenho 40. Deprimente.
Mas de registar foi também a sensação ou a vontade de passar uma barreira mental, a altura em que por força do rumo da natureza eu ficasse mais maduro, menos infantil, mais respeitado, mais responsável e com mais barba. Nada disto aconteceu e o contrário tornou-se mais óbvio.
Mas aconteceu algo com que não contava. Olhei para os outros e percebi que não fui o único que não cresceu grande coisa. Descobri que a calma que aparentemente advinha da idade, a experiência, a responsabilidade, a maturidade, a hombridade, quando os havia eram apenas sintomas de um excesso de confiança, de altivez, de condescendência, de arrogância, do estarmos fartos e já não admitirmos que nos gritem ao ouvido, porque na prática as fragilidades dos seres humanos não diferem muito, e até ver, mantêm-se.
Talvez uns sejam mais optimistas que outros e isso sobressaia com a idade, mas a adolescência é para sempre, além disso tanto o optimismo como o negativismo alheios podem ser irritantes ao ponto taco de basebol, por isso nenhum deles é uma benesse.
Isto para dizer que o natal foi a merda do costume, e o meu pai ao fim de quase um ano sem me ver não só não provou nenhuma das minhas especialidades como ainda me criticou por usar roquefort. Tá velho, mas é com certeza assim desde puto.
08 January 2009
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
14 comments:
recebeste meias?
ah! mas tá descansado que isso com a idade passa
epá, mas agora fiquei fodido com a tua mensagem, eu amadureci bem, até quase ao ponto da podridão.. ok, talvez não. Mas olha, e umas especialidades novas? :)
vou deixar-te mais um bocado a pensar na tua vida à frente desta gente toda.
já ninguém lê esta merda pá, só nós dois
Há sempre alguém... lendo!
Nesse caso toma lá Jacques Brel: "il nous fallut bien du talent pour être vieux sans être adultes", que é como quem diz que é preciso talento para se ser velho sem ser adulto, mas isto talvez seja do tempo em que todos, sem excepção, eram velhos e adultos ao mesmo tempo... é claro que isto é tirado de uma canção de amor, o que pode deturpar as coisas.
É melhor pararem com a conversa das idades, senão a tadita vai entrar no ponto taco de basebol.
Deixa lá.
As famílias são todas a mesma merda.
E quanto à especialidade, eu também fiz uma mousse de manga e mandaram-me trazê-la de volta para casa.
O que vale é que a minha irmã nunca me desilude.
oh pá... a tua irmã...
a tua irmã não desilude ninguém kuka, acho que era isso que ele queria dizer.
mas sabes fazer mousse de manga?
não, só sei comê-la, como a irmã da kuka.
Post a Comment