11 December 2008
Mais pérolas do Português
"...constato imensas dificuldades em conseguir um resposta célere a problemática tão contundente e procuro uma resposta em tempo útil, atendendo à facha etária em que o João se encontra e aos imensos perigos que constantemente o assediam e que ele próprio constitui para si e para a comunidade em que se insere".
28 November 2008
Darwinismo e Hereditariedade
A convite do Humberto e para inaugurar a minha participação no blog.
Era uma vez um amigo, que deixou a sua carrinha estacionada num parque de estacionamento apinhado de um qualquer festival.
No final do evento, já tarde, ao voltar para a carrinha com o parque, agora praticamente vazio e ainda a 100m repara que está um tipo a rondar… a 90m, apercebe-se que estacionada ao lado e escondida pela sua está uma Renault Espace igual! …aperta o passo e faz notar a sua presença. O dono da outra carrinha tenta uma saída rápida e descomprometida. O Manel desata a correr e lança-se para a frente da Espace do patife.
Qual não é o espanto… quando se abre o vidro… era o Zé!!!!
Alguém que ele conhecia de passagem, do mundo do BMX…
— Zéeee!!! …vi alguém de volta da carrinha… e pensei logo que me estavam a tentar gamar…
...está tudo bem com a minha carrinha, não está?!?!?
O pirata cora, desvia o olhar… e sente-se encolher no seu metro e noventa…
O Manel passa revista à carrinha.
O Zé sai cabisbaixo, com o olhar fixo no chão… um metro e noventa e perto de quarenta anos… aproxima-se e estende-lhe um par de escovas.
— Desculpa Manel! Não sabia que a carrinha era tua… Estou muito envergonhado… mas…
...também me fizeram o mesmo… e…
— Eh pá!!! Não quero saber… monta lá isso outra vez…
Enquanto isto, esperando pacientemente dentro da carrinha, sem se saberem cumplices… a fêmea e a prole. A beberem os ensinamentos do progenitor.
Esta história é real, qualquer semelhança com a realidade também é real… só os nomes é que são fictícios.
22 November 2008
No rules rules
Finalmente, a história do animal ao qual dedico, com carinho, a seguinte frase: morre, seu merda!
Apesar de ser hora de ponta, não estava um trânsito desgraçado. Parei num sinal vermelho, daqueles sinais vermelhos em que o pessoal pára. Começam a passar os carros à minha frente, no cruzamento. Ao meu lado parou um fdp que passado uns segundos resolveu não esperar mais pelo sinal verde e arrancou a 680 Km/h, mesmo quando vinha um carro a cruzar a estrada. Como resultado, o carro que ia a passar correctamente com o sinal verde, teve que fazer uma travagem brusca para não levar com o fdp que passou o vermelho. Não tem explicação.
* Quem não acompanha devia ser frito em banha e servido aos porcos. Ora aí está um belo ciclo! True Blood é do Alan Ball, o mesmo bacano que escreveu a série Six Feet Under. Novamente, fritura e degustação por suínos para quem não viu.
19 November 2008
Um trunfo na manga?
Sobre pêra rocha, maçã reineta ou ananaz dos Açores, nada. Ou seja, talvez porque os clientes preferem comer manga, papaia ou abacaxi que já tiveram de atravessar o Atlântico em contentores, em vez de mercadoria fresquinha proveniente de produtores nacionais, os empregados já nem se dão ao trabalho de a mencionar.
Hoje, assim que escutei a deixa do kiwi, perguntei se não havia nada de origem portuguesa, uma maçã, por exemplo. Havia. Mas parece que comer manga, papaia ou abacaxi é mais cosmopolita. Globalização? Sou a favor. Mas não exagerem.
17 November 2008
Doença terminal
Então, é assim, como se diz agora. O passageiro vai até ao Terminal 2, onde estão localizadas as partidas dos voos domésticos. Depois de passar o controlo, é enfiado na tal camioneta.
Quando espera que o percurso seja rápido, acreditando que a aeronave há-de estar por ali bem perto, repara que o veículo não pára de andar para a frente, superando curva e contra-curva pelo meio das pistas do aeroporto. A camioneta acaba, ao fim de alguns minutos, por se imobilizar na outra extremidade da Portela, junto ao Terminal 1.
Os responsáveis por esta solução lá hão-de ter as suas razões. Mas sugere-se que, para ir entretendo os passageiros, passem a incluir um guia no interior das camionetas que pode ir passando informação útil como "à vossa esquerda podem ver o avião das linhas aéreas de Cabo Verde que, dentro de meia hora, vai partir para a Cidade da Praia" e "à vossa direita podem apreciar as janelas do gabinete do gajo que vos obriga a ir apanhar o avião no Terminal 2 quando, na verdade, o aparelho se encontra do outro lado do aeroporto, no Terminal 1".
15 November 2008
In and Out
Eu pessoalmente acho que se poderia tirar um gozo porreiro da coisa.
Se fosse maquinista do comboio ou do metro por exemplo, assim que as carruagens começassem a parar e o pessoal sedento de ser o primeiro a entrar, se começasse a chegar, fingia e andava uns metros mais para a frente ou para trás (ou ambos para dar aquele efeito de pessoas maluquinhas). O efeito da multidão era capaz de ser engraçado.
Outra hipótese era ir lá dentro com um lança-chamas. Desta forma, nas situações em que estamos a chegar a algum lado, somos dos poucos que queremos sair e olhamos lá para fora a ver a quantidade de malta que já se está a "ageitar" para entrar (nem que tenhas de ser arrastado novamente para dentro), seria fixe ver a cara das pessoas quando se abrissem as portas e ficassem todos com um ar chamuscadinho.
12 November 2008
¡Mal gusto!
No dia seguinte, pela manhã, ao sair para o trabalho, estava lá o lixo todo no chão... Restos de madeira queimada, a jante toda carbonizada, 200 kilos de cascas de castanhas e garrafas suficientes para encher um vidrão. Porcos!
Porque é que não passou uma horda de bárbaros assassinos e ceifou-os todos? Hum? Dass!
Caixa do Correio
Mas não!... Existem as malfadadas caixas. Ora as caixas de correio não são para por correspondência, mas sim para colocar toda a merda de publicidade que pode haver!
Imagino que pensem que se não houvessem, a publicidade chegava-nos de outras formas, mas um mail sempre podemos apagar na hora, uma chamada podemos desligar na cara, um pombo sempre podemos dar um balásio, agora a caixa de correio... não tem forma de queimar o que lá está dentro. Nããao... temos de abrir o correio, tirar tudo, ver o que há de interesse e deitar fora o resto.
Eu sei que existem os autocolantes com o decreto-lei, mas o meu já era.
O sol apagou as letras miúdas onde um bom distribuidor de publicidade conseguia ler "Coloca aqui a tua publicidade interessante por favor. Amanhã, não te esqueças de cá voltar para deixar mais qualquer coisa".
Não dava para ter um hitman à séria para esta função, tendo em conta que o rapaz era capaz de apanhar uma grande seca à espera. Mas podiamos sempre recorrer aos 10mil volts, ou até a um pequeno escorpião. Ao fim de dois ou três dias, quando os fulanos começassem a amontar aqui à porta, acho que o próximo já ía repensar na sua actividade.
Surdas-Mudas: o regresso
Pois é, minha cambada, para quem estava com saudades das surdas-mudas do Parque das Nações… elas andam aí. Outra vez.
Eu passo a explicar. Há uns tempos, um grupo de jovens surdas-mudas passeava-se pelo Parque das Nações, de caneta e bloco A4 em punho, puxando as pessoas pelo braço à bruta enquanto batiam insistentemente com a caneta no bloco e murmuravam coisas como Oammhomahoahaoumhh, tentando cativar a atenção com o seu charme de cidadãs com necessidades especiais*. Pois bem, naturalmente, aqui a Menina foi apanhada desprevenida uma vez, e por isso leu com atenção o abaixo-assinado altamente oficial e credível que ostentavam no bloco. Tratava-se da necessidade de construir uma escola para surdos-mudos (creio que era, em particular, na zona da Expo) e o documento trazia já umas quantas assinaturas, assim como quem impregna a coisa de seriedade e alta importância. Claro que as assinaturas eram todas de pessoas com nomes dentro do género Jacinto Leite Capelo Rego, mas isso era só por acaso, não?
Onde eu quero chegar é aqui: não se deixem enganar, porque as ditas surdas-mudas, de surdas (em especial de mudas!) não têm nada. Quando chega a hora do descanso, ou a hora de almoço, é vê-las a juntarem-se todas nos bancos ou nos jardins a conversar animadamente.
A última vez que as vi andavam a alapar-se às pessoas à porta do Vasco da Gama. Fica o aviso.
* É assim que se diz? Tive dúvidas entre isto e entre “cidadãs com mobilidade reduzida” ou “cidadãs portadoras de deficiência” ou, ainda, o carinhoso “cidadãs tecla
Feijoada cerebral
Assim, a brilhante política comunitária da fruta e dos legumes de dimensões perfeitas deixa de ser comédia para se transformar em tragédia. Provavelmente, porque os cérebros que decidem estas coisas são do tamanho de um feijão, ainda que este apresente as dimensões regulamentares.
11 November 2008
Thou shall not take a dump on the sidewalk
10 November 2008
A cidade que nunca dorme
Este vosso escriba foi enviado para Nova Iorque por motivos profissionais. Uma vez chegado ao seu destino, constatou que se tinha esquecido de levar o adaptador que lhe permitiria ligar os carregadores do telemóvel, do computador e do iPod às tomadas que se usam lá pelas américas. Pois bem, depois de se ter insultado a si próprio dez vezes, lá recuperou o bom humor e saíu para a rua com o objectivo de comprar uma dessas pecinhas de plástico que resolvem o problema.
Na primeira loja em que entrou, explicou ao que ia. O cromo que atendeu (chamo-lhe apenas cromo para não ser politicamente incorrecto) fez um ar entendido e disse que um simples adaptador não chegava. Tinha que comprar, também, um transformador. Como sou camurso, mas não sou estúpido, agradeci e vim-me embora.
Procurei outra loja. Entrei e fiz o mesmo pedido. O cromo que atendeu (chamo-lhe apenas cromo para não ser politicamente incorrecto) foi a uma prateleira por detrás do balcão e sacou de um adaptador, sim, mas daqueles que permitem ligar fichas de todo o mundo, desde as chinesas às coreanas e outras mais.
Eu expliquei que não precisava daquilo, apenas de um adaptador que permitisse ligar as fichas de formato português às tomadas em uso nos Estados Unidos. O cromo não se comoveu, disse que só tinha aquelas, mais caras, obviamente, não hesitando em mentir quando na prateleira onde tinha ido buscar aquela estavam à vista os modelos simples e baratos que eu pretendia adquirir.
Agradeci e vim embora. Lembrei-me que talvez no hotel me vendessem uma coisa daquelas. E assim foi. Paguei 10 dólares por uma peça que, na loja anterior, me queriam impingir por 40. Quanto ao preço do transformador, completamente desnecessário, nem perguntei.
Nesta história, restaram-me dois consolos. Um, evidente, pelo facto de não me ter deixado enganar. Outro, por ter saído das duas lojas com a sensação do dever cumprido: enquanto virava costas e seguia em direcção à rua despedi-me em bom português, insultando as mãezinhas dos dois cromos. He, he, he... Ah, e chamo-lhes "cromos" para não ser politicamente incorrecto.
07 November 2008
Blrmngh muprtb?
Liguei para o serviço de assistência técnica e foi mais ou menos este o tipo de som emitido pelo senhor da Zanussi.
-"Mngr blhmunn ursmnwk gloomnpmne? Klnbv pl. Munhgzszc..."
Tive que tomar uma Aspirina C daquelas efervescentes para a dor de cabeça, tal era a má disposição do senhor Zanussi.
Também pode ser que o senhor tenha um bigodão farfalhudo XXXXL e prejudique a propagação de sons perceptíveis...
Espero o pior para a próxima quarta feira entre as 9h e as 13h.
05 November 2008
A sigurança
Este verão, andando pelos caminhos de Portugal, passei pelo edifício do Expresso e decidi entrar para perguntar se ali no edifício haveria uma caixa para colocar em mão as respostas aos anúncios de emprego como em tempos houve nas Lojas Expresso. Aproximei-me da recepção do edifício e perguntei sobre a eventual existência da caixa:
- Boa tarde! Era para saber se aqui no edifício há alguma forma de se entregar as respostas aos anúncios em mão...
-Correio aqui, só se for entregue pelos Correios.
- Pois, mas antigamente na vossa loja havia uma caixa onde se podia fazer isso...
O que se seguiu foi tão inesperado que por momentos pensei que tinha ensandecido de vez e que estava a ouvir coisas: a segurança/recepcionista que estava ali ao lado a ouvir a conversa abre a boca e diz "Pois, e antigamente também havia uma mãezinha e morreu!", isto em tom de peixeira, faltou-lhe a mão na anca...
Quando me capacitei do que estava a ouvir a raiva subiu por mim acima, devo ter aberto muito os olhos, mas o decoro fez-me respirar e rapidamente dizer "Muito obrigada e boa tarde!!!!" antes que começasse a fazer uma cena de peixeirada
Esta cabra estragou-me a tarde.
28 October 2008
Emel...
27 October 2008
E um backupzito, não?
Até tem umas opiniões válidas e com cabeça, mas quando entra em extremismos, não há saco!
Achei um piadão ao facto de terem assaltado a sua casa e de ter ficado sem um porradão de páginas de 2 futuros livros. O trabalho de 1 ano, disse.
Ainda foi choramingar para os media: "multaram-me e rebocaram o meu carro enquanto ia comprar outro computador".
Deve ser um complô. Boa!
Seguranças... ou melhor... vigilantes!
A última pelo qual passei, foi com uma senhora com voz monocórdica que de prestável não tinha nada. Tinha eu a intenção de chegar até Corroios no comboio da Fertagus, quando ao sair me lembrei que o meu passe só dava até ao Pragal. Nota: Se formos no sentido inverso (Sul-Lisboa), não há problema e podemos sair onde quisermos, mas se for para Sul, o passe limita cada estação.
Cheguei ao pé da madame que estava nas cancelas e disse (com aquele ar de Gato das Botas do Shrek com os olhinhos ternurentos) "Desculpe, mas não venho para aqui habitualmente e esqueci-me que o passe só dá até ao Pragal. Não posso pagar a diferença do bilhete?". A lady, com um ar de fodasse-que-eu-queria-mesmo-era-ter-entrado-na-GNR diz-me "Tem de voltar para trás ou pagar uma coima de 125 EUR".
Primeiro momento na minha cabeça: Fónix!!
Segundo momento na minha cabeça: Dasse!!
Terceiro momento na minha cabeça: Filha da P***!!!
Quarto momento na minha cabeça: Vou armar mas é já aqui um estrilho.
Mas este último momento foi rapidamente apagado pois a senhora não era GNR, mas tinha ao pé dela dois PSP que estavam à espera de alguém (como eu) que armasse estrilho.
Argumentei novamente e novamente de uma forma sensata, mas o máximo que consegui foi "Tem de voltar para trás ou pagar uma coima de 125 EUR"
Por sorte tinha um cartão perdido na carteira ainda com uma viagem, que utilizei para sair. Mesmo assim, ainda fui lá mandar vir, mas o feedback era muito limitado.
Resultado: Alguns vigilantes são uns autênticos "wannabies" que não facilitam a vida à malta. Apesar desta senhora ter um bocadiiinho de razão nas regras, bem podia levar um tirozito do hitman... vá, nas rótulas.
23 October 2008
Paraísos da ASAE 2
(Não sei se por ser domingo à tarde, quando tudo é surreal) a primeira e única vez que lá entrei parecia o recinto de um concerto de marilyn manson (pós-concerto). Também parecia a primeira vez que lá entravam as empregadas de balcão, ficavam duas ou três a fazer uma só coisa como meter manteiga numa torrada, tinham o mesmo ar que as pessoas daquelas imagens imediatamente a seguir ao tsunami da tailândia, perdidas no meio dos destroços, em choque, sem saber como ajudar, sem futuro. Ninguém recolhia o lixo das mesas, acumulava-se em montes que os clientes faziam com o lixo dos anteriores ocupantes. Cadeiras tombadas, papéis sujos pelo chão e em tudo o que era superfície horizontal, um monte de cacos de uma merda qualquer no meio das mesas, uma poça de sabe-se lá o quê com bocados de bolos com creme pisados, que diminuia em 20% a área do estabelecimento.
Estive ao balcão 20 minutos para pedir cafés e até foi divertido. Estiveram quase para me dar um café frio que ali estava no meio do lixo. Alguém ao lado teve a infelicidade de pedir chocolate quente e EU VI usarem um tupperware SUJO e feio para transferir o leite para os copos onde alguém tinha juntado uma papa de chocolate (espero eu). Começaram a irritar-se umas com as outras e a berrar, com os clientes a assistir à ópera. Acho que uma delas se despediu ou foi só fumar um cigarro ou foi levar no befe, deixando a caixa sem ninguém a atender perante o espanto das mil pessoas da fila de pré-pagamento.
Quando finalmente me fui sentar, a minha esposa da época decidiu que afinal queria ainda um croissant com chicolate e eu parti-lhe o tabuleiro na cabeça. Disse-lhe que tinha visto de onde vinha o chocolate e que era melhor bebermos os cafés e fingir que nada daquilo tinha acontecido. Bazámussssss e fomos à Brasileira, mesmo ali ao lado.
22 October 2008
Paraísos da ASAE
Bom, como nada disto que enumerei é - ou alguma vez será - verdade, proponho um pequeno concurso para animar as hostes: "Paraísos da ASAE por descobrir". Façam as vossas propostas e votem nas propostas dos outros animais. Se não conhecerem os locais em questão, proponho visitas de estudo em autocarro de 52 lugares, em horário pós-laboral.
Como proponente do concurso, deixo a primeira sugestão: o café "A Brasileira" do Centro Comercial do Campo Pequeno. Bem sei que poderia muito bem ser "A Brasileira" original, no Chiado, onde cortam o pão das torradas com a faca que corta as laranjas para o sumo, mas seria pouco original. Toda a gente sabe que aquilo é mau. Só os estrangeiros é que não sabem que a "A Brasileira" não presta.
O lixo (sob a forma de papéis, migalhas, pó, restos de comida e outras manifestações semelhantes) abunda por todo o lado. Nas montras, os tabuleiros onde antes estavam bolos e empadas ostentam agora tristes toalhas de papel, gordurosas, às manchas. O balcão interior é um degredo de louça suja (será lavada?), tupperwares espalhados, tubos que ligam a máquina do café a um pacote de leite aberto e pousado numa prateleira junto ao chão, trilhos de borras de café, panos nojentos e... coisas no geral. Quatro microondas, todos de marcas e feitios diferentes, sujos e empilhados, não deixam ninguém confiante: ia jurar que um deles estava a funcionar com a porta entreaberta. Os azulejos das paredes há muito perderam a cor original (aquele espaço terá o quê? Um ano?). O que vale é que as clássicas prateleiras com as garrafas de álcool desviam a atenção da junta dos azulejos (reparei também que a Amêndoa Amarga era da marca Dia%). O pior de tudo era o buraco passa-pratos: a cozinha parecia palco de uma guerra civil.
Nem sei como consegui comer a torrada e a meia-de-leite. Glup.
21 October 2008
Morte aos senhores da CP
Uma pequena sugestão para os senhores da CP: não seriamos todos muito mais felizes se houvesse coordenação entre as designações que dão às carruagens dos comboios (por ex., o Pendular e o Intercidades terem os mesmos números de carruagem) e houvesse sempre as mesmas composições (por ex., Classe Conforto à frente, Bar no meio e Classe Turística atrás) e tudo isto estivesse indicado no chão? Assim, tal como acontece nalguns países desenvolvidos?
10 October 2008
Tê-Mê-Nê
Como foram muitos os incompetentes que não trataram do que estou a tentar resolver faz muito tempo, teríamos que entrar no esquema de não seleccionar alvos, mas sim abater toda a malta que saia do dito edifício "Bolo de Noiva" com uma fitinha azul ou uma camisola com o bonequinho em forma de T (e que trabalhe no 1696 claro).
Ía ser uma sangria desgraçada, mas o serviço ficava muito mais eficaz.
09 October 2008
Homens das obras!!
Este pequeno incidente matinal fez-me lembrar outra situação que já tive com senhores das obras. Uma vez no Porto caminhava eu pela Rua de Cedofeita e um destes seres disse-me: "lembia-te essa c_ _ _ toda!"; assim mesmo, lembia-te!
Mais recentemente, já em Lisboa e depois de ter feito algo a conduzir que irritou um senhor noutro carro ele gritou-me: "Deves levar pouco nessa C_ _ _ deves!"
Odeio pessoas! Especialmente homens das obras e condutores em geral.
06 October 2008
O universo em sintoniiiiiiiiiiia!
Eu vi! Eu vi, com estes olhos que a terra há-de acimentar!
Foi horrendo.
Sistema Nacional de Saúde (ou não)
Um senhor idoso, com dificuldade para andar, dirige-se ao balcão achando que vai ter a sua consulta marcada há meses:
Ele: bom dia, é para a Drª X.
Ela: bom dia. Olhe, ela não está!
Ele: não está? eu tenho consulta marcada...ela não vem hoje?
Ela: não faço a mínima ideia!! Se quiser espere até às 10hh00 para ver se a Drª vem, mas eu, se fosse a si, desistia! Tem é que mudar de médico que eu acho que ela nunca mais cá põe os pés!
Ele: (?!)
Ela: pois é, ela está-se a preparar para ir embora! E o pior é que não há mais médicos para os doentes dela!
Ele: então acho que é melhor esperar até às 10h00 para ver se a Drª vem...
Uma senhora idosa passa pela mesma situação do anterior e vem sentar-se na cadeira ao meu lado, começando a falar para mim:
Ela: isto é uma pouca vergonha não acha?! Estes médicos fazem o que querem!!
Eu: pois...devíamos fazer mais reclamações...
Ela: para quê?! A culpa é dos políticos!!
Eu:pois...
Ela: é uma pouca vergonha...
Eu: (...)
Ela: o meu neto tem 7 anos e a cantina da escola é num contentor...agora começou as aulas e as refeições são servidas por uma empresa, os talheres e os pratos são de plástico e depois vai tudo para o lixo!!
Eu: (...)
Ela: e depois andam a dar "Magalhães" na televisão! É uma pouca vergonha! Que país é este?!
Pois não sei.
Pingo Doce rulez!
04 October 2008
Informação rodoviária
- "Mulher ao volante!!"
- "Traseiro virgem! Não estragar!!"
Porquê?! Porquê!! Porquê!!
28 September 2008
Pizza que os pariu!
-"Vamos pedir uma pizza?"
-"Tass!"
Após breve consulta ao site da Telepizza para ver o número do telefone da área onde vivo, concluo que as áreas não estão muito bem divididas nem definidas. Tudo bem, vou ligar para a loja de Arroios que é a mais perto da minha casa, e que, por acaso, fica mesmo perto.
Fui atendido por um rapaz que falava com voz de drunfado retardado (no sentido de velocidade, ok?) que não soube responder se a rua onde vivo é coberta por aquela loja Telepizza. Esperei enquanto ouvia o rapaz perguntar aos colegas se entregam ou não. Sem exagero, uns 3 ou 4 minutos sem o rapaz dizer nada. Apareceu para dizer que a loja que entrega na minha rua é a do Xops dos Olivais, que é muito mais longe do que a loja de Arroios.
Telefono para a loja dos Olivais. Desta vez é uma rapariga antipática. Tal como o outro telefonema, mais uns bons 3 ou 4 minutos de espera a ouvir a rapariga perguntar aos colegas a mesma coisa. Voltou para dizer que não entregam na minha rua.
Claro que não adiantou nada dizer que na outra loja disseram que aquela loja entregava e que estive à espera um tempão para dizerem que não entregam e que desejava que fossem todos colocados num forno com molho de tomate, mozzarella e oregãos.
26 September 2008
Pergunta:
20 September 2008
Coisas deprimentes desta vida, parte 2:
Por favor, alguém tenha a bondade de ir até aos estúdios do People&Arts com um desfibrilhador. Estão há 5 anos a passar diariamente os mesmos programas do fantástico While You Were Out e eu, sinceramente, estou a ficar preocupada. Com eles e comigo, que continuo a ver os mesmos programas, mesmo quando já sei a cor do papel de parede que vão pôr.
Coisas deprimentes desta vida:
O pior de tudo não são as actuações forçadas, o exagero nos silêncios e nos olhares de raiva. Não são os diálogos fracos. Não é a pobreza das personagens. Nem sequer o facto de eu conseguir adivinhar o fim trágico daquelas tristes pessoas todas ao fim de cinco minutos de telenovela.
O pior de tudo, mesmo, é a iluminação. Pelo amor de deus, alguém que lhes diga que aquelas luzes fluorescentes são óptimas para o ozono mas péssimas para fazer televisão... E qual é a necessidade de haver tantas sombras?!
18 September 2008
Processar Deus???

Já que não consegue contratar um Hitman vai processar Deus.
"Senador americano processa Deus.
Um senador do estado de Nebraska, EUA, está processando Deus. Irritado com outra ação judicial que considera fútil, o senador Ernie Chambers entrou com um processo contra Deus para demonstrar o seu ponto de vista de que qualquer um pode ser processado, inclusive o Criador. Chambers diz em sua ação que Deus ameaçou a ele e a seus eleitores com atos terroristas, inspirou medo e causou "mortes incontáveis, destruição e o terror de milhões e milhões de habitantes da Terra".
O senador, que não participa das orações matinais durante as sessões legislativas e freqüentemente critica os cristãos, também disse que Deus causou "enchentes assustadoras, ciclones horrendos e tornados aterrorizantes". Ele deseja um mandato judicial contra o Todo Poderoso.
Chambers diz que a razão de seu descontentamento foi um processo federal contra uma juíza que recentemente vetou as palavras "estupro" e "vítima" de um julgamento envolvendo crime sexual. O acusado no caso, Tory Bowen, processou a juíza, Jeffe Cheuvront, alegando que seus direitos de liberdade de expressão foram violados. Chambers é contra a ação de Bowen e afirma: "se aquela ação foi aceita a minha também pode"
16 September 2008
Eu colecciono publicidade no pára-brisas do meu carro
O professor Umbongo que trata de problemas de liquidez e sexuais (não é uma redundância?); o Júlio Ronaldo que compra automóveis usados em qualquer estado, o burro; os móveis Pacheco, com pouco ou quase nenhum bicho da madeira a preços risíveis; todos estes são cromos que tenho duplicados e triplicados (-medidas em centenas de unidades-) que guardo no lugar do morto, e eventualmente quando dou boleia atiro para o banco de trás e eventualmente desaparecem, só voltando a aparecer quando aspiro o carro, uma vez por ano, geralmente debaixo dos bancos, demasiado espezinhados e besuntados sabe-se lá com quê, para se poderem guardar convenientemente numa pasta catita que comprei para o efeito.
Só tenho uma dúvida moral. Se eu fosse um deficiente cívico que atira papéis para o chão, quem é que seria de responsabilizar e obrigar a varrer as ruas? Eu, ou os promotores de tão cativantes produtos e serviços que eu não pedi, emoldurados num papelucho com design anos 50, tecnologia dos anos 80 e psicologia da idade da merda? Perdão, da pedra?
08 September 2008
Um deficiente já nem pode ir às compras!

O cidadão com deficiência aproxima-se da cancela, procurando o botão da campainha, quando repara na seguinte placa:

Também pensei em: "O Obtuso"
Traição!
Um dos membros da equipa decidiu emigrar.
Não faz mal que o tipo é um chato do caraças! ;P
Agressõezinhas à parte, o que interessa é que fomos almoçar todos juntos para fazer uma despedida do traidor.
Fomos a um restaurante que prefiro não identificar, para não haver eventuais retaliações das ligações mafiosas que o dono deve ter. Assim sendo, vou usar um nome fictício para o restaurante e para a sua localização.
Fomos ao "Carolo", no Páteo do Pepetela, perto do Largo do Pato, como quem vai do Marquês do Columbófilo para o Centro Comercial das Nespereiras. Doze pessoas. Cada um escolheu e pediu o seu prato. Atendeu-nos a trisavó do dono e justamente nesse momento, para nosso azar, o Alzheimer da senhora resolveu fazer das suas. Fez uma confusão terrível com os pratos que pedimos e tivemos que confirmar os pratos novamente. Doze pessoas. Doze pedidos. Como seria de esperar, vieram treze pratos. Levámos logo com um agressivo: -"Eu avisei! Eu até perguntei outra vez quantos eram!".
Recomendo.
04 September 2008
E que sejam do tamanho de um camião TIR com articulado!
02 September 2008
Jazz
Volta e meia tenho que telefonar para o senhor do gás e pedir para trazer uma bilha de gás que qualquer dia estamos a tomar banho de água fria.
Um destes fins de semana recebemos visitas. Para precaver uma hecatombe, telefono na quinta feira para o senhor do gás e peço uma bilhazita para sexta feira (é assim que funciona e, normalmente, até pedimos para o próprio dia).
-"Amigo, amanhã não dá. Só posso entregar no sábado...", diz o senhor do gás.
-"Hum... Não pode mesmo amanhã?" - e expliquei a situação.
-"Pois, compreendo, mas não dá mesmo. Levo aí no sábado. Pode ser?"
-"Ok, vou rezar um conhéx para ver se não acaba o gás."
-"Tchuss!"
-"Tchuss!"
Sexta feira à noite a vizinha de baixo diz que veio cá o senhor do gás e que como não estávamos, não deixou a bilha.
-"Fock! Tanta coisa e afinal veio hoje... Deve vir amanhã, então."
Sábado não apareceu. Telefonei:
-"Ó senhor do gás, combinamos que trazia cá a bilha hoje e até agora, nada!", refilei.
-"Eh, pá, pois é e coiso e pá e não deu...", ruminou.
-"Não vem cá ainda hoje?", implorei.
-"Eh, pá, pois é e coiso e pá e não dá...", balbuciou.
Por sorte somos uma cambada de javardos e ninguém toma banho. O gás não acabou nesse fim de semana.
Falando agora em outro tipo de gás: no ginásio onde ando, na zona do balneário onde o pessoal toma banho, é vulgar ouvir-se alguns alívios sonoros... Deve ser dos esteróides. Perdem o controlo do esfíncter.
01 September 2008
O rolo compressor
Eu não tenho filhos, mas quando tiver, se me virem a colocar a vida do puto em risco ao atravessar a estrada fora da passadeira ou com o sinal vermelho, podem mandar esquartejar-me por quatro rolos compressores.
26 August 2008
Alforrecas 2
Epá... o vídeo que vi é este, ISTO passou no telejornal de ontem da TVI como verdadeiro e não mostraram a parte em que supostamente alguém está a urinar em cima da vítima. Agora digam-me vocês de vossa justiça, por mim íamos incendiar os estúdios de Queluz. Nos comentários no youtube alguém diz: "isto é verdadeiro, eu já o vi em alguns noticiários", fiquei comovido.
Alforrecas
22 August 2008
Novas palavras no léxico português
- "parteleira";
- "clipses";
- "post-ics"
- "fizio";
- "púzio".
Juro que me disseram isto a mim, ninguém me contou.
Porque é que, nos hospitais, (2)
Os médicos se ausentam, em pleno horário de serviço público pago por todos nós, para irem operar "urgências" no privado?
(Em alguns hospitais) não há consultas externas à sexta à tarde, mesmo havendo salas disponíveis para as realizar?
Porque é que, nos hospitais,
Porque é que, nos hospitais, as senhoras enfermeiras conversam animadamente nos corredores a meio da noite como se estivessem à conversa no café?
Porque é que, nos hospitais, os carrinhos que trazem as refeições têm peças e rodas e prateleiras e gavetas de metal que parece do tempo da 2ª guerra, e que por isso fazem um barulho tão infernal que, de repente, dá a sensação que todo o hospital está a ser bombardeado?
Cota, Tadita, lancei o mote. Nós, os restantes animais, ficamos a aguardar os vossos fascinantes relatos do mundo das enfermarias.
16 August 2008
Happy feet
Era colocar cimentinho nos pezitos, atirá-los à aguinha e dizer tchuss aí enquanto afundam.
13 August 2008
Plus une beauté future!
"F*da-se, ó meu c*brão do c*ralho!"
Imigrante, s'il vous plaît, não voltes!
Não descobri a pólvora,
06 August 2008
Cadastrem-nos, porra!
05 August 2008
Poupai, animais! Poupai!
Obviamente, temos material para uns posts, mas isso fica para mais tarde.
Era já noite quando chegámos à rua onde moramos e reparámos logo que não há iluminação no bairro. Nada de novo: volta e meia falta a electricidade e nem por isso há stress. O engraçado foi quando hoje de manhã saímos, as luzes estavam todas acesas. E ao fim da tarde, ao voltar para casa, again, as luzes da rua acesas.
Será que o senhor que carrega no botãozinho da iluminação do meu bairro também voltou de férias e ainda sofre de jet lag?
04 August 2008
01 August 2008
Comunicado ao País

Juro que com tanto secretismo acerca do teor do comunicado ao País de sua Excelência o Aníbal, que pensei que se iria tratar de uma coisa deste género. Afinal não e foi uma grande desilusão, eu até tinha preparado um alguidar de pipocas, doces e salgadas misturadas, e umas jolas... É que se pensarmos bem no assunto, esta situação, tão exemplarmente ilustrada, explicaria muita coisa.
30 July 2008
Lucros do BES caem 28 por cento para 264,1 milhões de euros
Foi aberta uma conta de solidariedade para com os altos quadros no balcão da Rua da Prata cujo NIB pode ser consultado no site do BES, e vai ser lançada uma campanha de recolha de alimentos no Continente de Alfragide.
Noutro plano realacionado, o BES cobrou-me 1,12 euros por uma transferência de 10 euros. Pudera, com lucros daqueles também eu andava aí a cobrar transferências para sobreviver.
28 July 2008
fila prioritária
Afinal, esta rara e cobiçada caixa, é para toda a gente do supermercado excepto idosos, grávidas, deficientes ou pessoas com crianças ao colo.
Ter uma criancinha pendurada num marsupial é uma péssima ideia para ir ao supermercado. Desta forma não teremos direito a utilizar a tal "Caixa Prioritária" e a única coisa que ganhamos é ver malta com um ar muito fresco a pensar "eh, eh.. cambada de otários... eu é que sou esperto! já consegui este ano passar à frente da fila dos táxis, sacar 34 EUR ao fisco, meter-me à socapa na fila para a ponte, gamar "A Bola" no quiosque e hoje... utilizar a "Caixa Prioritária" e não ficar à espera como estes tótós... hmmm... se calhar devia levar mais qualquer coisa para além destas carcaças e das febras de porco..."
Made in Portugal
Quando vou ao estrangeiro (uau, que viajada que ela é), não fico encantada com o civismo das pessoas que não cospem para o chão, nem com o trânsito que flui sem o barulho constante de buzinadelas e travagens. Em vez disso, fico sempre maravilhada com as esplanadas. Mesmo nos países mais frios, fico fascinada com a variedade de cafés e restaurantes que decoram os seus espaços exteriores com o mesmo empenho e rigor com que decoram as salas interiores. Mobiliário em madeira, sofás em plástico pós-moderno, as clássicas cadeiras de verga, toldos azuis a condizer com os guardanapos… Cá em Portugal, país do Sol constante (dizem), reinam os magníficos chapéus-de-Sol da Coca-Cola, as cadeiras e mesas da Super-Bock e os toldos que a Delta oferece a troco de mil cafés por dia. Porque é que os portugueses ainda não descobriram que não há melhor montra para o seu estabelecimento do que uma esplanada bonita, limpa, confortável, enfim, apetecível?
25 July 2008
Lava-me javardo
Hoje choveu :(
Tendo em conta que não chovia há 3 meses e não lavava o carro há um ano, até me considero um gajo abençoado, e espero ansiosamente pelo sorteio de hoje do Euromilho.
Mas ontem passou-me pela cabeça uma coisa muita estúpida que foi "LAVAGEM EXTRA!"
Vi a máquina fazer ao meu carro tudo o que fez aos outros, que tinham "LAVAGEM NORMAL!", mas paguei mais 3 euros.
Minto, vi a máquina dobrar-me os retrovisores para trás e para a frente, e deixá-los sem tinta do lado de fora. Foi porreiro pá!
Um café e uma ASAE
24 July 2008
Olhe, era um tiro de caçadeira naquela senhora, sff
23 July 2008
Experiência mística
Um bom atendimento. Not!
"Sim, senhor, temos o hub, vou já buscá-lo."
Novamente, "Daaaaaaaaaaaaasses". Esperei uns 15 minutos enquanto eles procuraram a loja toda para depois dizerem: "Olhe, o rapaz do armazém já saiu e não encontramos o hub. Se calhar já não temos... Ah, viu no site? Hum... Deixe cá ver... Pois, pois, pois... Sim, temos em stock. Então de certeza que temos. Olhe deixe-me o seu contacto que amanhã sem falta envio-lhe um sms para vir cá buscar o hub. Desculpe lá... Até amanhã, então! Obrigado, Boa tarde."
Aguardo sem dormir até hoje agarrado ao telemóvel à espera do "ok" para ir buscar o hub.
Once again, "Daaaaaaaaaaaaaaaaaaass!"
20 July 2008
Going down!
Quatro elevadores com capacidade para 6800 pessoas. Estive, sem exagero, quase 5 minutos à espera para conseguir entrar num dos elevadores para descer ao andar do estacionamento com as malas (6800 ton) da amiguinha.
É um espectáculo deveras triste ver as pessoas a empurrarem-se e a passarem à frente umas das outras só por causa de um lugar no elevador. A grande maioria entra no elevador mesmo que ainda estejam pessoas a sair. Essa mesma grande maioria ainda não aprendeu que existem dois botões por alguma razão. Um pra subir, outro para descer. Nada disso! Carrega nos dois! A seguir, a seta que indica se o elevador vai subir ou descer é completamente ignorada e vê-se as mesmas pessoas quando abrem as portas depois de umas quantas viagens...
Mas, para variar, o crime compensa: eu é que sou o urso (não confundir com camurso) que fica educadamente à espera que chegue a minha vez e dou passagem a algumas pessoas e não tento entrar à frente de ninguém e não atiro o carrinho para a frente da porta nem o empurro contra as pessoas dentro do elevador para arranjar lugar! Sucker!
Fartava-me de rir se a porta abrisse e não estivesse lá o elevador. Era vê-los cairem todos para o bottomless pit!
Os turistas devem mesmo cóóórtir Portugal!
19 July 2008
Big badaboom!

Pelo menos em relação preço / QUANTIDADE / qualidade. "Quantidade" é importante. Paga-se por cabeça e come-se até explodir.
Ficámos perto da cozinha, pelo que dava para observar os japonezitos a fazer makis, nigiris e afins. Também observámos que o pessoal da cozinha usa luvas enquanto trabalha. Porreiro! Pelo menos, preocupam-se com a higiene e respeitam o que deve ser uma das normas da ASAE. Ou não. Ficámos até tarde no restaurante e vimos um dos japonezitos a jantar e depois a carreguar sacos gigantescos de lixo para a rua. Sempre com as luvas, claro.
Pelos vistos, a única semelhança com ASAE que se encontra no restaurante será a ASAHI, a cerveja japonesa.
18 July 2008
O Chiado no seu Esplendor...
-Desculpe lá, desculpe lá, estava só a ver se conseguia ler os títulos, tem razão, tem razão...
Na impossibilidade de continuar a ver o que é que se passava no panorama revistal, vejo o Público perto do balcão e decido passar os olhos na 1º página, com todos os cuidados para não tocar no jornal nem sequer com um fio de cabelo, não fosse irar novamente o ogre da tabacaria.
Sempre afastada do precioso jornal, viro-me de modo a ser possível ler e dobro-me um pouco. O que eu fui fazer... O ogre salta novamente impante da tabacaria, mexendo rapidamente as suas adiposidades na minha direcção. Naquela fracção de segundo tudo me passou pela cabeça, ao ver aquele lutador de sumo a vir na minha direcção pelo canto do olho. Nisto, com a sua mão sapuda vira o jornal ao contrário, enquanto eu me desfazia novamente em desculpas e exclama a alto e bom som:
- Gosto pouco que me virem o cú!!!!
Felizmente os turistas e as pessoas que estavam ali ao lado não se aperceberam da situação, que aconteceu num dos, senão "0", cafés mais famosos de Lisboa.
Quando forem à Brasileira comprar tabaco, jornais ou revistas, dêem o dinheiro ao ogre que vos atender de longe, não vá apetecer-lhe petiscar uma mãozinha...
16 July 2008
Mistas curtas
Faixismo em Portugal
Foi só quando começei a deslocar-me diáriamente para Lisboa, que começei a ter a verdadeira noção dos faixistas que existem em Portugal e as suas tendências de aplicar o faixismo à minima coisa.
É do conhecimento de todos que os faixistas não toleram “Bichas”.
É por esta gente não gostar de “bichas” que no outro dia ia sobrando para mim.
Perante uma “bicha” que nem era daquelas que um gaijo diz, “Fogo... Granda Bicha” vou eu na boa quando o sujeito (dado este blog acho que merece o nobre título de “Grandessissimo Animal”) que ia ao meu lado, ao ver “a bicha”, decide logo aplicar o seu faixismo numa de extrema direita.
Atenção para que não existam confusões, quando falo de faixismo, não me refiro ao termo politico/social, mas sim aos belos condutores portugueses que decidem repentinamente mudar de faixa de rodagem, estando-se nas tintas para o carro ou mota que esteja a circular ao seu lado.
Neste caso a “extrema direita” foi a manobra que ele efectuou, atravesando-se completamente à minha frente. Grandessissimo....
Groinsmilando um pouco... até breve
Actualização do fdp top ten
A rua tem dois sentidos e duas faixas por sentido. As faixas à direita tem os carris do eléctrico.
O outro dia, ao passar por essa rua, estava um carro parado no meio da rua com os quatro piscas. Quando digo "no meio da rua", é isso mesmo: no meio da rua.
Rapidamente penso em vários palavrões para gritar pela janela quando passar ao lado da viatura, mas penso logo de seguida: "Taditos... Deve ser uma avaria! Só pode! Para estarem assim no meio da rua..."
Ao passar ao lado do carro, percebo que o fdp deixou o carro com os quatros piscas no meio da rua para ir à mercearia. Para não deixar o carro parado na faixa dos carris, o prezado fdp deixou o carro na faixa da esquerda, ou seja: NO MEIO DA RUA!
Morte é pouco.
Limonada, sim, mas de quê?
15 July 2008
Só não me calha o Euromilhões...
Digam-me: quais são as probabilidades reais de isto acontecer? Porquê eu? Porquê ele? Porquê?
Vacaciones Portugal!
em espanha, everything is fine
em espanha, everything is fine
tu tienes a tua sensibilidade de um criador de porcos e superioridade sobre los portugueses and i've got mine.
xenofobia com a minha tia.
14 July 2008
Lost in translation
Não estou a falar dos fdp que conversam durante o filme nos cinemas, mas sim das traduções.
Aceito que não deve ser tarefa fácil conseguir traduzir um filme (aguardam-se comentários de um parvo qualquer). As frases feitas, o calão, as distorções do vocabulário e alguns estilos imperceptíveis – como por exemplo o Cockney rhyming slang que ouvimos em filmes como Lock, Stock and Two Smoking Barrels e Snatch – devem avacalhar com qualquer tentativa de traduzir correctamente um filme.
O que não aceito é quando a tradução é simplesmente mal feita e nem sequer compreendo como é que um "tradutor" consegue fazer um trabalho tão mau.
Kill Bill 2: Quando a nossa amiga Uma Thurman vai entrar na caravana do Michael Madsen (Budd) e leva um balázio de sal no peito, Budd diz-lhe: "Bet your sweet ass that don't sting like a bitch." A "tradução": "Aposto que isso deve cheirar muito mal." (para os mais desatentos: sting é parecido com stink)
Lost in translation: A tradução do título diz tudo.
E milhentos outros exemplos.
Deviam enfiar pedacinhos de bambu debaixo das unhas dos "tradutores". Assim, seriam obrigados a pensar muito bem antes de escrever.
Bracinhos
O Inglês é uma coisa muito linda!!
12 July 2008
Dirty Pigs

A pedido de muitas famílias aqui vai um desenhito raquítico feito à mão, a personagem, obviamente, retrata um senhor agente das forças da autoridade.
É verdade que já passei por situações em que gostaria que pelo menos um estivesse presente, mas lá no fundo não posso com a bófia, a sua mera existência diz muito acerca da nossa incapacidade de sermos justos, honestos, inteligentes. Na maioria das vezes, a presença de um bófia perto de mim ofende-me, porque parece partir-se do princípio de que se ele não estivesse ali eu estaria certamente a cometer alguma ilegalidade. É por isso que uma das coisas que mais me chateia é quando um suspeito é baleado mortalmente enquanto fugia de um local de um crime qualquer. Esta gente nunca jogou à apanhada na escola? Ou será que também faziam batota nessa altura? O pessoal onde trabalho acha que é muito bem feito, "tiro neles", o problema é que um dia alguém com família e amigos (ou ainda pior: eu) leva uma cartuchada sem saber porquê, de um animal desses que para aí anda de pistola à cintura como se isto fosse o faroeste.
09 July 2008
Jarbas, passe por cima dessa velha que estou atrasado, se faz favor.
08 July 2008
Ó amigo, eu tenho carta de condução...
E mais uma bonita história em que um arrumador com a aparência da Amy Winehouse vem tentar sacar uns trocos por não ter feito absolutamente nada, a não ser aparecer a correr do fundo da rua a dizer que me guarda o carro e que está muito bem estacionado, sim, senhor.
Disse-lhe logo que não, muito obrigado. Começa a história de que está ali desde 2004 e que não é para a droga e que tem que levar algum para alimentar a mulher e os filhos e que para provar que não é para a droga, vai me mostrar a carta de condução! A carta de condução?
A avaliar pela maneira como se conduz em Portugal, até é pior para tentar me convencer das suas boas intenções para a utlização do dinheiro que recebe a arrumar carros.
-"Ó homem, tou mica para a tua carta de condução!"
07 July 2008
WTF?
Tive a certeza quando, na semana passada, vi na rua uma miúda que não aparentava ter mais do que uns 12 anos e tinha a aparência de uma prostituta barata em final de carreira. Para piorar o aspecto, ainda segurava um cigarro na mão e tentava fumar com "estilo".
Para agravar profundamente a cena, a miúda estava acompanhada pela mãe, que parecia 6 prostitutas baratas em final de carreira e que também fumava com igual "estilo".
Lamento, mas não consigo descrever a repugnância que a cena me causou e, de qualquer maneira, como o armagedão está aí a bater à porta, para que é que estou aqui a escrever?
Adios, farewell, auf wiedersehen, goodbye!
04 July 2008
Ainda estou em choque...

E uma vez que estou numa de reciclagem, fica aqui outra pérola do Jobforhumberto:
O informático
O informático é um bicho extremamente curioso na forma como interage com os da sua espécie (o informático não interage com outras espécies, principalmente quando são necessários). Possui uma linguagem própria repleta de analogias computadorizadas que normalmente lhe permite esquivar-se a situações potencialmente desagradáveis, como por exemplo o trabalho.
02 July 2008
Don't know, don't care
O ano passado fui ao médico da caixa – o que não fazia desde 1994 – e deu para relembrar algumas das razões porque não vou ao médico da caixa.
Como mudei de casa, passei para o centro de saúde da área de residência actual, onde, como médico, foi atribuído o Dr. Imaginário. Não é o revisor do jornal 24 horas, mas um doutor inexistente. Não tenho médico atribuído. Excesso de população e falta de médicos. Ok.
Andei com uma tosse cavernosa durante uns 2 meses e, contrariado, fui ao médico.
O Dr. Imaginário 01 receitou umas bostas, as quais não fluiram. Voltei à caixa pela segunda vez em duas décadas. Levei um despachanço do Dr. Imaginário 02, que só se preocupou em receitar outras bostas e também marcar uma radiografia, umas análises e uma prova de esforço. Até poderia ter ficado convencido da eventual preocupação do Dr. 02 para com a minha saúde, mas o que me fez desconfiar que ele tava sica* para mim, foi quando eu lhe perguntei o que fazia com os resultados dos exames todos e ele respondeu com um excelente:
- "Ah! Pois... Se quiser pode mostrar a alguém."
Entendi a resposta dele como um:
- "Ó jovem, já fiz o que me compete, portantos, desampara-me a loja que eu tou mica** para ti."
Post scriptum: Peço perdão por vos ter enganado com o post do 666. É que a besta, lembrei-me, é a Doutora Zulmira, minha ex-médica da caixa.
* sica = si cagando
** mica = mi cagando
Eu sou assim... :(

Mesmo antes de chegar ao trabalho levo com um animal destes, como por acaso outros animais ao volante até tinham tentado matar-me no meu percurso de 15 km até ali, e como o dito animal me pareceu um tanto intransigente no seu pedido idiota, levou comigo a berrar-lhe bem alto quase tudo e alguma coisa. A propósito, se por acaso fores um leitor assíduo deste blog desculpa lá qualquer coisinha ó atrasado mental!... Não, agora a sério, desculpa lá, eu sou uma besta descordial
Vou ali beber um shot de Sonasol e já venho

“Woolite. Eu uso, e nunca me preocupo.” Pois é, Marta, é esse o problema. És uma pessoa que não se preocupa, prontos.
01 July 2008
Eles andam aí
Escolher bem os extras do carro
30 June 2008
É melhor ligar a confirmar no próprio dia...
Liguei para o consultório do meu ginecologista para marcar uma consulta com 1 semana de antecedência e disseram-me logo:
- sim, temos vaga toda a tarde de terça das 14H30 às 18H30.
- então pode ser. fica para as 18H.
- então por favor ligue no próprio dia para saber se o médico está cá na sua hora ou se tem de vir mais cedo.
- desculpe!! não percebi. se está marcado, está marcado...não é?
- sim, mas se o médico não tiver ninguém por exemplo a partir das 15H ele vai-se embora e assim, se quiser ligue que ele atende-a mais cedo.
- mas se eu marco para as 18 é porque não posso mais cedo e neste caso ele tem um compromisso comigo. que he parece?
- pois, mas não convém ao Dr. ficar á espera...até porque ele depois vai para a Cruz Vermelha
- o que é que eu tenho a ver com isso?
- ah...tente perceber
(......)
Ajudem-me....o que é que eu faço...eu até gostava dele!!
Segundo dia de praia do ano:
29 June 2008
Serviços públicos de saúde
Eu: acha que me podia marcar o mais cedo possível?
Srª do outro lado: sim, posso marcar-lhe as análises para as 09h15 e os exames para as 10h30, pode ser?
Eu: pode, mas veja lá se o intervalo de tempo é suficiente, pois normalmente as marcações para as 09h15 só acontecem lá para as 11h00...
Srª do outro lado: Não! Isso era dantes!! Agora os médicos picam o ponto e estão cá todos às 09h00!!
Eu (a pensar: como é possível isto acontecer): está-me a dizer que todas as manhãs que eu já perdi aí com marcações para as 09h00 e atendimento às 11h00/12h00 foram porque os médicos marcam os exames para as nove mas entram às 10h00 ou 11h00?!!
Srª do outro lado: pois.....
Fiquei esclarecida....
26 June 2008
Qual mau karma qual quê!
24 June 2008
Conselho aos gerentes dos restaurantes, em geral,
- Emhhão, hãá hudo hãem? As mhigãhs eshhão boãlhinhãs? Dehehjãm mãihs vihãnod?
- … … (fiquei estática, rodando apenas os olhinhos na direcção dos meus pais, na expectativa que eles tivessem percebido o rapaz e conseguissem responder-lhe alguma coisa)
- Está tudo óptimo, obrigada, e sim pode trazer mais uma garrafa de vinho.
Atrás de mim ficava o passa-pratos para a cozinha, e de cada vez que abriam a portinhola e o rapaz dialogava com o pessoal da cozinha, eu sentia-me na Twilight Zone:
- Enhãão hão hdinha dihãdo meihãã deh rohõeds?
- Pois, tens aqui a meia de rojões com grelos.
O pior de tudo foi na parte das sobremesas. Não foi fácil perceber qual delas era a delícia de figo e a de amêndoa, e a coisa ainda ficou mais difícil de perceber depois do fanhoso tentar explicar.
Repito: não é boa ideia terem um fanhoso a servir às mesas. Mesmo que o rapaz até tenha bom aspecto, e mesmo que o desgraçado seja filho do gerente. Se a ideia de ter o restaurante for receber gente para jantar e vender refeições para fora, o fanhoso não ajuda muito o negócio.
Há coisas que só lá vão contadas com mímica. Estive vai-não-vai para fazer este post no youtube.
Ruth Marlene
Já que assim foi, que tal USAREM ESSA PORRA ENQUANTO CONDUZEM, Ó CAMBADA DE ENERGÚMENOS?!
VÃO SE BESUNTAR COM MEL E ESPERAR QUE PASSE A MARABUNTA!
Chamar algumas pessoas de "animais" é muito suave. Acho que vou criar o cambadadefilhosdap***.blogspot.com.
22 June 2008
Primeiro dia de praia do ano
Vi também um homem-carpélio. Pensei que estava deitado na toalha de barriga para cima mas, quando passei mais perto e reparei que afinal aquilo eram as costas e os ombros, juro que perdi os sentidos por uns milésimos de segundo.
A ida à praia fez-me bem ao ego. Nunca antes tinha nutrido sentimentos tão próximos da simpatia pela minha celulite.
21 June 2008
Le croissant
O problema é ter que ver quaaaaaaaaaase todos os dias os mesmos trombudos que vão ao mesmo restaurante. Esses trombudos estão incluidos na percentagem de população mundial que devia morrer. Ora seja por tentarem passar à frente de quem está à espera de um lugar para sentar, ora seja por maltratarem os empregados do restaurante, ora seja por ficarem calmamente a conversar depois do cafézinho a seguir à refeição - enquanto outros esperam -, ora seja por estarem a gritar conversas, num local já de si barulhento.
Agora, o animal que estava o outro dia no balcão a comer um croissant e a beber uma buja, no seu fatinho e gravatinha - que, segundo a nossa sociedade, deverá transmitir a ideia que este senhor que se veste muito bem é o exemplo ideal que os nossos jovens devem almejar para o seu futuro -, entrou directamente para o top extermínio. O animal parecia o Steve Tyler a mastigar o croissant. O bolo alimentar do animal dava para ver mesmo que não se quisesse. Ainda por cima, estava todo nervosinho e não parava de olhar em todas as direcções, o que permitia/obrigava a que todos os presentes partilhassem da triste visão.
Como dizia mi madrecita: "Deve estar a treinar para cavalo".
Mas não se preocupem, este animal vai morrer num futuro próximo. É que quando acabou o croissant e a buja, sentou-se e almoçou. Era um aperitivo.
18 June 2008
Meu pequeno pónei

Já todos devem saber, por esta altura, que não gosto de publicidade (portuguesa e estrangeira), mas este tipo que estava no Prós e Contras desta semana a puxar pelo nosso patriotismo merece que eu mude de ideias, é que o chavalo teve mesmo muita piada, principalmente a partir do momento em que começou a perceber que o objectivo de um debate é o de confrontar ideias e de opôr argumentos. Pérolas como: "os portugueses não sabem mas o Mateus Rose é um dos produtos mais exportados e os ingleses adoram-no" seguidas de raciocínios como: tendo coisas tão boas, que até são reconhecidas pelos ingleses, os portugueses deviam ser mais felizes e menos pessimistas, pérolas como esta, dizia, logo me fizeram ganhar admiração pelo bicho, fundador de empresas de publicidade profissional. Este debate aliás, fez-me lembrar vagamente um mail que recebi há uns tempos que me ajudava a identificar nos supermercados produtos feitos em Portugal através do código de barras, a verdade é que eu não quero saber para nada de onde vêm os produtos, só quero saber se são bons e quanto custam, um agricultor no Chile trabalha certamente tanto como um português e merece tanto como este último ser recompensado por esse trabalho. A conversa deste senhor e do seu colega de mesa só me impressionou de facto pelo tom de cândida inocência com que se apelou a sentimentos básicos nacionalistas e retrógrados. E para complicar ainda mais as coisas, também se falou de futebol.
Então aqui vai, prontos.
10h25. Entro na primeira rotunda Sul da Expo, a 1min do trabalho. Reparo que a estrada principal da Expo está cheia de gente a correr, em calções e camisolas reflectoras. Corto pela Repsol e atalho caminho por dentro, pelo meio dos prédios.
10h26. Chego ao fim da Rua Pedro e Inês (a 50 metros do meu local de trabalho) e esbarro com uma fila de carros que, por sua vez, tinham esbarrado numa senhora agente da autoridade que impedia a passagem. Para quem não conhece esta rua, imaginem o cenário normal de uma qualquer rua da Expo: numa largura de estrada mínima, conseguem fazer circular o trânsito em dois sentidos e ainda arranjam forma de criar estacionamento nos dois sentidos. Desligo o carro, saio e meto-me no meio da confusão que já estava instalada.
- Isto só neste país!!! Então decidem fazer uma corrida, fecham o trânsito e nem se dignam a avisar as pessoas que o trânsito está impedido??
- Ó xenhôr, mas para onde é que voxê quer ir? (porque é que os agentes da autoridade são sempre importados das Beiras?) Para o Vasco da Gama?? O xenhor anda para tráx (como se fosse possível fazer inversão de marcha ou marcha-a-trás numa rua estreita cheia de carros por todo o lado a buzinar), volta à Repsol, vai ao Baptista Russo, vira… (e continua em modo automático a descrever o caminho)
- E como é que eu tiro a carrinha daqui?? Vocês deviam avisar era antes, não é agora!! E eu não conheço nada disto por aqui!
A gritaria continua entre vários automobilistas e a senhora PSP que, naturalmente, dava sempre as mesmas respostas. Para a coisa ser mais realista, juntem ao cenário da gritaria, a calmaria da corrida que continua a decorrer ali mesmo ao nosso lado. A corrida devia ter sido organizada por uma Univ. da Terceira Idade, ou algum Lar a precisar urgentemente de vagar camas, porque era só velhos a correr com os bofes de fora.
Decidi meter-me na confusão.
- Porque é que não colocaram sinais ou avisos dizendo que não havia trânsito nesta zona? Porque é que deixaram chegar a esta situação tampão, em que os carros tiveram todos que chegar até aqui e agora ninguém consegue sair desta rua?
- Ó menina, o papel da políxia nesta corrida é não deixar paxar ninguém daqui e pronto.
- Não, a polícia devia zelar para que haja ordem na via pública e o trânsito continue sempre a fluir. Se não for por esta estrada, têm que indicar previamente uma alternativa.
- As ordens que tenho xão para ninguém paxar.
- Mas é isso que está mal. O seu papel não devia ser apenas esse.
- A menina volta para trás, chega à Repsol, sobe para o Baptista Russo, vira…
- Mas eu quero ir aqui para o lado. Está a ver ali aquele museu? É ali.
- Ah… (coça a cabeça quando percebe que, de facto, eu não tenho alternativa nenhuma porque a corrida ocupa o único ao acesso ao Museu.) Então, a menina espera um bocadinho que isto também não há-de demorar muito. (e os velhos sempre a surgir no horizonte, de colete reflector vestido e com as línguas caídas já pelo joelho)
- Ok, eu espero, mas então a senhora vai passar-me uma declaração a justificar o meu atraso no trabalho.
- Mas qual declaraxão?! Eu não paxo declaraxão nenhuma!
- Então deixe-me passar.
- Já lhe dixe que não pode!
- Então vai ter que justificar o meu atraso.
A discussão arrasta-se por tempos infinitos até eu sentir o sangue a ferver nas veias. Chega um polícia numa mota com um ar de Rambo e faz um sorrisozinho como quem diz "Ora vamox lá a ver o que é que se paxa aqui..."
- Fazemos axim. Como eu não tenho aqui um avião para pegar em xi e no xeu carro e metê-la no Museu, a menina espera um bocadinho até que a corrida acabe e pronto!
- O senhor está a brincar comigo, não está?
- Não, não tenho aqui nenhum avião, por ixo vai ter que esperar.
- O senhor está mesmo a falar a sério comigo?
Estava. Continuámos neste amável bate-papo até às 11h. Meia horita, coisa pouca. Agora vou entregar a reclamação por escrito na Divisão de Trânsito da PSP e, de caminho, envio uma cópia para a Parque Expo.
Adenda: Eu não queria publicar isto por causa do tamanho gigante do post e por me faltar a capacidade de o resumir. Quando o escrevi, estava no auge da raiva.